Meu aprendizado em dois meses de aula de Arqueologia

Arqueologia, segundo o dicionário Aurélio, é uma palavra de origem grega (archaiología) derivada da soma de outras duas palavras, archeos (antigo) e logos (conhecimento), significando o conhecimento/saber sobre o que é antigo. Arqueologia não é sair abrindo buracos aleatoriamente esperando encontrar um tesouro antigo ou uma cidade perdida. A escavação não é arqueologia, mas sim uma técnica da arqueologia.

A função principal da Arqueologia é produzir documentos históricos a partir de vestígios materiais. Um objeto por si só não será de grande valia para os estudos arqueológicos, pois não está situado dentro de um contexto. A interpretação só é feita baseada na associação de objetos e não na singularidade dos mesmos.

A Arqueologia, contudo, teve seu inicio devido quando as pessoas que possuíam capitais investiram em equipes que escavassem e encontrassem objetos preciosos. Buscava-se a arte, o objeto e não o conjunto da obra. Pode-se inferir que muitos documentos deixaram de ser produzidos graças a essa arqueologia predatória, que não se preocupava com o feio, mas sim com o belo (a arte)..

Quem pretende tornar-se arqueólogo deve saber que a Arqueologia não procura nada. Se o arqueólogo tiver algo que queira buscar, inconscientemente ele negará todas as evidencias que forem contrárias as suas teorias e todos os possíveis achados que teriam sido feitos caso ele deixasse sua mente aberta. O arqueólogo deve observar todos os sinais da paisagem, ser conhecedor de diferentes disciplinas (geologia, geografia, biologia, antropologia, história, etc) que possam auxiliar na sua função e ser tolerante a monotonia (monotonia no sentido de ter uma expectativa e esta não ser preenchida).

Conceitos:

Ecofatos são elementos feitos pela natureza e utilizados pelo homem. Por não haver tecnologia suficiente na pré-história, por exemplo, o homem utilizava-se de elementos já “feitos” (previamente moldados) pela natureza em seu beneficio, seja como arma de guerra, recipiente, etc.

Economia de Hipóteses é a escolha da solução mais simples. Ao se defrontar com algum achado, o arqueólogo deve pensar nas hipóteses mais simples sobre o mesmo. Se estas não forem suficientes, avança-se gradualmente até chegar a uma hipótese mais complexa.

A Economia de Hipóteses tem relação direta com a questão do Possível e do Provável. A Economia de Hipóteses mostra que tudo é possível, ou seja, que devemos manter sempre nossa mente aberta, livre de preconceitos, mas que nem tudo é Provável, ou seja, devemos manter nosso senso critico sempre em alerta e desconfiar do que vemos e ouvimos.

Datação relativa é uma forma de sequencializar a descoberta de objetos um em relação ao outro. Não se dá a data em que ele foi produzido, mas sim referencia-se em relação a outro (se este é mais antigo ou mais novo). Essa datação baseia na morfologia, matéria-prima, processo produtivo, etc.

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