O herói olímpico

No inicio das olimpíadas, a rede globo (Galvão Bueno) tentou pregar a ideia que um herói olímpico é qualquer brasileiro que estivesse presente na competição. QUALQUER UM.

Após o fim dos jogos de vôlei de areia (antigamente chamado de praia, mas que hoje em dia não é realizado, necessariamente, perto do mar), ele disse que quem tem condições de chegar a olimpíada deve ganhar medalha. Quem é apoiado por um patrocinador forte, pelo governo (vôlei, ginástica) ou por uma confederação (futebol) tem obrigação de conseguir um pódio. De preferência o primeiro lugar, porque brasileiro não se contente com menos.

O herói tornou-se, então, aquele que chegou sem apoio, sem crédito, as vezes até gastando do próprio bolso para conseguir se manter no esporte. Herói também é aquele que teve sua vara roubada, mas não desistiu. Ou que passou por problemas de doping, mas superou as adversidades e conseguiu o ouro.

Dois pesos, duas medidas. "Rico" tem obrigação de ser o melhor, "Pobre" não. Mas se acontecer, é um herói. Se o "Rico" falhar é porque não tem o "poder mental". Sim, o psicológico afeta um atleta, mas atribuir todos os deslizes e "amareladas" à um "poder mental" que falta nos brasileiros (o tal do complexo de vira-lata cunhado por Nelson Rodrigues) e que americanos, chineses e britânicos possuem é forçar muito a barra.

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