Minha releitura de A Batalha do Apocalipse


Reler um livro depois de certo tempo me faz refletir sobre assuntos que naquela época não tinha me atentado. O livro continua o mesmo, mas a leitura que fazemos dele é, senão completamente, pelo menos bastante diferente da primeira vez (e das vezes posteriores).

Foi o caso de A Batalha do Apocalipse. Reli o mesmo depois de 11 meses (7 de junho de 2011 terminei pela primeira vez) , sendo que antes desta havia lido o outro livro do Eduardo Spohr que trata da mesma temática, a guerra dos anjos (Filhos do Éden).

Na minha primeira leitura da Batalha (confira ela aqui), não pode rabiscar o livro, pois não era meu (obrigado, TWEEK!), então as coisas que pensava em certo momento nunca foram anotadas. Ao adquirir meu exemplar, finalmente pude rabiscá-lo todo, grifando frases, conceituando ideias, encontrando supostas pistas no texto que ligam ambas as obras, etc.

Também imaginei atores para alguns dos personagens do livro. Os atores não necessariamente correspondem as características descritas no livro. Foram todos produtos da minha imaginação. Se Eduardo Spohr diz que algum é loiro, não se espante se eu tê-lo imaginado como ruivo. Alto e forte não significa Vin Diesel, na minha cabeça um Selton Mello cairia bem. Tirando a questão do gênero, as características físicas podem ter sido bastante modificadas.

Não consigo imaginar essa história sem um filme. Tenho FÉ que o sucesso literário será convertido para adaptações cinematográficas e que, nada mais justo, pensar em atores brasileiros. Mas isso são só devaneios por enquanto.

Bom, vamos ao que interessa: as impressões da releitura. Comentarei cada passagem que me chamou atenção. Foram várias. Essa é uma leitura longa. Se você leu o livro, talvez concorde ou pense diferente, mas será enriquecedor ver um ponto de vista diferente.

Vou dividir as anotações por temáticas. Entre parenteses estão as páginas das passagens citadas.

1. (Supostas) Relações com Filhos do Éden;
2. O maniqueísmo;
3. Referencias percebidas;
4. Interpretações;
5. Curiosidades;
6. Frases;
7; Atores e Atrizes.

1. (Supostas) Relações com Filhos do Éden


1A.
“Ablon estacionou a motocicleta” (p. 39) e “Tinha a cor negro-metalica, pneus grossos e foscos, e rodas e guidão cromados. O assento era longo, fazendo uma lobada para o carona, sobrando ainda espaço para bagagem” (p. 127)

Poderia ser a mesma moto de Denyel? Nada leva a crer nisso, exceto o fato de ser uma moto. Mas é interessante ver que o protagonista de uma história e o anti-herói da outra usavam o mesmo veiculo. Coincidência? Talvez.

1B.
“A alma é uma propriedade humana. É um presente de Deus aos Filhos do Éden, como nós, anjos, chamamos a espécie mortal. É na alma que reside a capacidade dos homens de guiar seu destino e comandar sua própria vontade” (Ablon, p. 82) e “só podemos guiar os seres humanos, nunca empurrá-los ao caminho premeditado” (Ablon, p. 90).

Explica o que é a alma e como a mesma e o livre arbítrio dão um caráter único aos seres humanos em relação aos celestiais. Além disso, explica o título do outro livro da saga. Filhos do Éden são os humanos. Herdeiros de atlântida, subtitulo do livro, é apenas mais uma "raça" dos humanos, assim como o povo de Enoque.

2. O maniqueísmo


2A.
“Justo e bom como era” (p. 26).

Essas são as características do protagonista. Ao longo do livro, o autor mostra Ablon como sendo a figura mítica do herói. Tem suas (poucas) falhas, mas estas são relevadas em razão das suas virtudes. Há um quê de maniqueísmo na construção de alguns personagens. Se os arcanjos são ambíguos em seus desejos, o mesmo não se pode dizer dos outros alados. Os demônios, com exceção de um (Orion) ou outro (Lilith), são em sua totalidade malvados. Penso essa ser uma das poucas falhas do livro, mesmo que justifique-se pela grande quantidade de personagens envolvidos ao longo da história e pela falta de tempo (?) para melhor caracterizar a todos. Talvez alguns sejam apenas irrelevantes mesmo e não mereçam mais que uma linha de caracterização.

2B.
“Trazer as almas injustas para cá e torturá-las é o que eu gosto de fazer” (Lucifer, p. 159).

Viu? Tortura. Ele GOSTA de fazer. Não é por obrigação ou para seguir ordens. É pelo prazer.

2C.
”Aquele luxo não combinava com seu estilo de vida nem com seu caráter idôneo” (p. 56) e “Queria amar, ter filhos e ser feliz ao lado de alguém” (p. 66).

Essa é o par romântico de Ablon, Shamira. Tá vendo o maniqueísmo? O casal principal é um poço de virtude e princípios. Quantos valores nobres! E quer o que toda mulher deveria querer, na ótica do homem (machismo? anacronismo). Mesmo vivendo durante tanto tempo e com tantas mudanças, os valores dela nunca mudaram.

2D.
“Eu, que já matei homens, anjos e deuses, não conheço a bondade, a justiça, a amizade nem os sentimentos pacíficos. Tudo o que há dentro de mim é fúria, maldade e sede de morte” (Apollyon, p. 442).

Esse é um dos vilões. Só podia ser de puro ódio.

3. Referencias percebidas


3A.
“As linhas de metro, antes insuficientes para atender toda a cidade, haviam sido ampliadas oito anos antes, quando o Rio de Janeiro sediara os jogos olímpicos. De lá pra cá, a verba de manutenção acabara, e os vagões bem iluminados e plataformas limpas deram lugar a terminais imunds e vagões escuros, depredados por gangues de arruaceiros que passavam a madugada destruindo os bancos e roubando fios de luz” (p. 346).

Percebemos que o momento presente do livro é 2024, tendo em vista os jogos olimpicos de 2016 no Rio. A critica ao governo é latente: falta(rá) policiamento, manutenção, planejamento a longo prazo... consequências do elefante branco que será a copa do mundo e as olimpíadas.

3B.
“Mas a água da chuva deveria ser a substancia mais intocada de todas” (p. 363).

Critica ecológica. Chuva acida. Pode ser também uma analogia entre a pureza da humanidade no inicio e como ela se corrompeu. Ou até mesmo com os anjos. Vai da loucura de cada um.

3C.
“Somos testemunha da historia, meu amigo. Somos os observadores do mundo” (Shamira, p. 422

FRINGE. Observadores!!! Afonso, Ariane, Clarisse!


3D.
“Em muitas republicas da América Latina, o poder paralelo de facções criminosas e dos traficantes de drogas aproveitara-se da desordem para efetuar saques em grande escala e atacar instituições publicas, órgãos governamentais, delegacias de policia e quartéis do exercito” (p. 432)

FARC, narcotráfico, milícias, guerrilhas, grupos separatistas... não é só na América Latina, mas sim no mundo inteiro.

3E.
“Os poderosos arcanjos, onipotentes e intocáveis, utilizavam a palavra de Deus para justificar sua própria vontade” (p. 9)


Percebe-se aqui o que aprendi muito em minhas aulas de português: o famoso argumento de autoridade. Se existe algo superior que embasa meu comportamento, minhas ações estão justificadas, sejam elas corretas ou não. Penso muito no paralelo disso com as igrejas/religiões/cultos/seitas que enriquecem ao custo da ordenha de seus fieis.

3F.
“Guerra dos trezentos dias” (p. 42)
.


O mundo volta a famosa bipolaridade. Se na vida real tínhamos o socialismo representado pela URSS e o capitalismo capitaneado pelos EUA, no livro encontramos a Liga de Berlim (pricipais países da Europa, EUA, Oceania) versus a Aliança Oriental (China, Coreia do Norte, Russia, ex-republicas soviéticas). America Latina e paises pobres da África mantinham-se neutros no conflito.

3G.
“Seguindo em fila indiana, trabalhavam sem parar na construção da torre maldita. Não raro, morriam de fome e insolação, e os corpos continuavam atrelados as gargantilhas de ferro por dias, até que um soldado decepasse o defundo ou fossem devorados pelos próprias colegas esfomeados” (p. 53).

Uma mistura de um período pré-revolução industrial junto com a idade media, mesclando com cenas do filme de Charles Chaplin “tempos modernos”.


3H.
“- E quem foram os nossos ancestrais, antes do surgimento de Adão?
– Uma espécie de hominídeos que habitava a escuridão das cavernas. Os anjos os desprezavam na época, até que eles alcançaram o cimo da evolução, e Deus os concedeu uma alma, instigando o ciúme dos perversos arcanjos. É por isso que muitos celestiais invejosos preferem se referir aos mortais como bonecos de barro, ou primatas, uma alusão a sua origem material” (conversa entre Shamira e Ablon, p. 95)

Dá sentido ao evolucionismo de Charles Darwin sem, contudo, remover o toque divino. Fantastico. E ainda cita o elo perdido. Não, gente, não descendemos de macacos.

3I.
“Não fosse a tradição, que o impedia de deixar o zigurate, a não ser em tempos de guerra, Nimrod teria ido pessoalmente ao deserto, para desafiar o viajante” (p. 97)
.

Na bíblia há uma passagem parecida, com Jacó, um humano, desafiando DEUS. Não era um anjo qualquer ou um arcanjo, era simplesmente DEUS. E Jacó DERROTA DEUS!!! Um humano luta contra a força maior do UNIVERSO INTEIRO e o derrota. Desde então Jacó passou a ser chamado de Goku Israel. Confira ai na sua bíblia, Gênesis 32:28: "Seu nome não será mais Jacó, mas sim Israel, porque você lutou com Deus e com homens e venceu".

3J.
“Uma negra chuva de setas eclipsou o céu rosado” (p. 111)


Igual ao filme 300 (de Esparta). Sensacional!

3K.
“Com seus sentidos apurados notou, mesmo na escuridão, que as paredes de pedra eram decoradas com rostos de homens e mulheres, que se moviam presos a argila” (p. 153)


Sentidos apurados (Shiryu cego, oi?). Uma referência clara a casa zodiacal de Máscara da Morte, o cavaleiro de Câncer em Cavaleiros do Zodíaco.

3L.
“Ao fim da caminhada avistei um templo pagão de arquitetura tipicamente chinesa, ao qual chamamos “pagode” (p. 221)


Outra menção a cavaleiros, dessa vez com Mu de Áries e seu pagode em Jamiel

3M. Zamir, na minha cabeça, lembra Jafar. Feiticeiro, trapaceiro. Se Zamir tivesse um animal de estimação e se o autor dissesse que o mesmo era um leão, eu imaginaria um papagaio.


4. Interpretações

4A.
“O Paraíso caíra em decadência, e com ele também o mundo dos homens ” (p. 13)

Aquela ideia do Efeito Borboleta. Todos estamos conectados e nossas ações ou a ausência delas afetam ao próximo.

4B.
“Yahweh está morto, é isso!” (Uziel, p. 17)


Essa ideia da morte de Deus após o sexto dia da criação é fenomenal. Diz-se que no sétimo dia ele foi descansar. Não é assim que contamos para as crianças quando alguém morre? Que ele foi fazer uma longa viagem e/ou foi tirar um sono profundo? Isso também funciona para justificar as mazelas que assolam a humanidade. Estamos sofrendo em nossa vida terrena porque Deus está descansando (no sentido literal, não de morte), e só quando o mesmo acordar, tudo entrará nos eixos. Por isso a morte dos humanos, que tem alma, é a redenção.

“A morte humana pode ser um sofrimento para os que ficam, mas é uma dádiva para os que vão. Libertar-se das limitações da carne é o presente final para aqueles que enfrentaram a dureza da vida” (p. 339)

4C.
“Padecia de um único temor: o medo de esquecer” (p. 19), “A ligação entre demônio e renegado era forte porque compartilhavam das mesmas lembranças. E essas recordações são invioláveis, precisamente porque se transformam em lugares míticos, inalcançáveis, ícones para uma mente sofrida” (p. 23) e “Esquecer as coisas pelas quais passei, as lições que aprendi, esquecer aqueles que amo. E, acima de tudo, temo esquecer meus valores, perder minha ideologia e matar minha causa” (Ablon, p. 94).

Vovó teve Alzheimer e qualquer momento de lucidez que ela tinha era comemorado. Quando você esquece quem é, nada mais faz sentido. Perde-se a própria identidade, objetivos e filosofia de vida, laços de amizade. Justificável que esse seja o maior medo do protagonista, Ablon.

4D.
“Desde que o primeiro mortal se esclareceu, tomando consciência de sua individualidade, os celestes não mais detêm sobre eles o mesmo domínio” (Baturiel, p.31)

Vejo isso como um misto de ateísmo, ceticismo e evolucionismo. Ateismo por perceber que é senhor do próprio destino; ceticismo por adquirir a capacidade de duvidar e questionar; evolucionismo (no sentido de evoluir) pelo fato da tomada de consciência.

4E.
“Insuperável é a alegria da infância, quando tudo é novo e magnífico” (p. 59) e “A cada dia, os seres humanos e apegam mais ao mundo material, esquecendo seus instintos. Foi por isso que os animais não se assustaram. Para eles, nada é impossível” (p. 265).

As crianças não duvidam de nada. Elas são ingênuas, no sentido positivo da palavra. Acreditam em tudo. É como se o “tecido da realidade” não as afetasse. Os animais, por não possuírem cultura, estão no mesmo patamar de ingenuidade.

4F.
“Até mesmo o mais forte dos homens, fosse ele rei ou escravo, sucumbiria hora ou outra às necessidades vitais e aos prazeres da carne” (p. 69)

Todos tem seu preço, que não precisa ser necessariamente pecuniário.

4G.
“Tolo é o filho que depende do pai, que se apoia em sua segurança e desiste de desbravar o mundo por si (Ablon, p. 86)”

Instiga o caráter aventureiro dos seres humanos, fazendo-os sair debaixo das asas da família ou do seu espaço de conforto em busca de novos desafios.

4H.
“É no exercito que reside o poder das revoluçoes” (Ablon, p. 87)

Provavelmente entendi errado, mas no que se baseia esse argumento? Onde fica o povo nessa história? Os únicos soldados de verdade, no céu, eram os querubins, mas a revolução não necessariamente deve partir deles. É necessário criar alianças. Soldados se rebelando tem nome: motim.

4I.
“Viver a margem do mundo é muito mais fácil que governá-lo” (Korrigan, p. 141)

As lutas que não lutamos. As coisas que deixamos acontecer por nossa própria inércia. Pedir ou esperar que os outros façam por nós, ao invés de nós mesmos agirmos.

4J.
“Por mais que os humanos tentem se destruir, nunca terão sucesso absoluto. Nem mesmo nós conseguimos isso. Você se lembra da era glacial? Lembra-se do dilúvio? Já perdi a conta de quantos cataclismos os arcanjos fomentaram” (lúcifer, p. 161)

Isso me lembra o video de George Carlin falando sobre a gente se preocupar com o planeta. Vamos acabar e o planeta continuará.


4K.
“Ser escravo não é tão ruim” (Tommaso, p. 234)

Ou isso é um baita de um revisionismo histórico ou é apenas uma pessoa se conformando com sua situação, ignorando as mudanças que pode tentar promover. Acredito na segunda.

4L.
“Há interesses por trás de cada movimento no mundo” (Shamira, p. 337)

Tudo é movido por interesse. Ninguém faz NADA de graça. Mesmo que seja para sentir-se bem fazendo algo. Grande fato.

4M.
“A identidade do seu herói seria montada, criada, reinventada” (p. 393)

É o que acredito ser umas das tarefas do historiador. "Criar" a historia. Reinventar. Abrir novas perspectivas e pontos de vistas. Lembro também de 1984, do Ministério da Verdade.

4N.
“Fui a primeira esposa de adão, mas me recusei a submeter às suas vontades” (Lilith, p. 407)


Finalmente uma figura feminina com PRESENÇA na história. Alguém que vai de encontro aos mandos e desmandos do homem. Mas se eu não podia falar de machismo em relação a visão que se tem de Shamira, não posso falar de feminismo com Lilith. Anacronismo, né! Mas dá pra perceber a diferença...

4O.
“Todos nós aspiramos ao inalcançável, e essa angustia é a centelha que acende o calor da existência. Quando todas as questões são respondidas, perde-se também O estimulo da vida”. (Gabriel, p. 479)

Sem sonhos, não somos nada. Precisamos sempre querer mais e mais (materialmente ou filosoficamente). Nunca devemos estar satisfeitos. A acomodação nos torna letárgicos.

5. Curiosidades

5A.
“Ia Dag! Ia Dag! Ia Margolqbabbonesh! Ia Marrutukku! Ia Tuku! Suhrim Suhgurim!” (p.76)


Será que há possibilidade de uma tradução para os feitiços? São poucos e relativamente curtos, mas...

5B.
“Ele revelou o seu nome – Ablon – traduzido para a língua terrena” (p. 81)

Qual seria seu nome "original"? Ou é algo impronunciável na linguagem terrena?

5C.
"Um humano que prova o sangue de um anjo se torna imortal, nunca envelhece, e raramente é ferido” (p. 115)

O sangue continua representando um elemento vital na jornada dos heróis.

5D. Alguns nomes de locais ou objetos que foram mencionados no livro e seus respectivos links onde poderá encontrar mais informações:

Caravelas de Sagres, Ancara, Nimrod, Feiticeira de En-Dor, Montanha de Mashu, Grimório de Nippur, Rota da Seda, Moxibustão, Persépolis, Muro de Servio, In Vino Veritas, Arcádia, Balor, Giovanni Giustiniani.

5E. Palavras novas adicionadas ao meu vocabulário:

Coruscante: brilhante, áureo, claro, resplandecente.
Zênite: apogeu, topo, máximo, auge.
Feérico: deslumbrante, maravilhoso, espetacular.
Glosas: é uma forma de poema utilizada pelos poetas do Nordeste do Brasil.
Tez: epiderme, pele.

5F. Por que o autor utiliza LEGENDÁRIO ao invés de Lendários? Realmente não entendo.

6. Frases

"A fé é justamente a propriedade de acreditar no indecifrável” (p. 95)
“Certas coisas não devem ser racionalizadas” (p. 98)
“A força dos sábios está, justamente, na capacidade de se aproveitar do imprevisível, de enganar o oponente e ataca-lo no ponto mais fraco, de fingir debilidade e depois investir feito leão” (p. 169)
"A inutilidade é uma condição pouco admiravel” (Tommaso, p. 249)
“Isso acontece frequentemente quando se vive demais – não só ouvimos lendas, mas nos tornamos parte delas” (p. 259)
“Aqueles que portam armas acreditam que esses instrumentos os tornam superiores em combate. Isso os faz totalmente dependente delas” (p. 286)
“Acreditar no impossível é a chave para entender os segredos do universo” (p. 289)
“Não sou uma má pessoa. Sou apenas o produto da inevitável evolução humana” (Zamir, p. 319)
“Derrotar alguém não significa necessariamente vence-lo em combate” (Shamira, p. 337)
“A mente é lógica, general. O coração é irracional” (Sieme, p. 374)
“O amor é uma tolice. Ele nos torna fraco, vulneráveis. O amor é uma ilusão passageira, fadada a terminar um dia. So os imbecis se rendem a tais sentimentos. O amor por si é o único amor verdadeiro, porque no fundo todos nós, homens, anjos ou demônios, somos egoístas ao extremo. Quando amamos alguém é porque assim nos sentimos felizes, e não o contrario” (Lilith, p. 408)
“A busca pelo prazer individual é o verdadeiro sentido da vida. Quando você brande a espada, sente-se feliz, porque essa é a sua natureza. Alguns encontram volúpia no sexo, outros no poder, outras na guerra. No fim das contas, é só isso o que importa: encontrar o prazer e a felicidade, seja como for. As consequências são secundarias” (Lilith, p. 408)
“Eu deveria obrigar todos os meus demônios a ler a bíblia” (Lúcifer, p. 425)
“Ninguém pode culpar os outros por suas escolhas. Se ela fez o que fez, foi por opção própria” (Ablon, p. 431)
“Ninguém, nem mesmo o Altissimo, pode prever o futuro. Tudo o que vislumbramos são caminhos, trajetórias abertas. Cabe a cada um, anjo, deus ou demônio, escolher seu destino. De minha parte, sempre guardei a esperança e cultuei seu regresso. A certeza não existe, nem a perfeita verdade. Mas sempre nos resta a fé, que nos faz confiar no impossível. E o impossível, com frequência, se torna concreto” (Gabriel, p. 468)
“A amizade é o suporte do mundo” (Gabriel, p. 471)
“A existência palpável de Deus é um alimento para homens e anjos. Muitos deles dependem para justificar seus fracasssos, suplicar perdão, ou para animar uma vida miserável. E não os condeno. Não é fácil admitir que estamos sozinhos, que nosso sucesso depende apenas de nossos próprios esforços e ninguém mais” (Gabriel, p. 482)
“Tinha chegado ao limite, e é nesse estado que os acuados avançam e os medrosos se tornam heróis” (p. 543)

7. Atores e Atrizes

Ablon - Eduardo Moscovis

Shamira - Leticia Sabatella

Apollyon - Fábio Assunção

Lúcifer - Dan Stulbach

Miguel - Gabriel Braga Nunes

Gabriel - Reynaldo Gianecchini

Uziel - Seu Jorge

Rafael - Lazaro Ramos

Sieme - Débora Falabella

Aziel - Rodrigo Santoro

Nimrod - Antônio Fagundes

Zamir - Tarcísio Meira

Amael - Lima Duarte

Samael - Matheus Nachtergaele

Lilith - Morena Baccarin

Orion - Milton Gonçalves

Nathanael - Eriberto Leão

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