Invictus

Invictus nos traz a inspiradora história de como Nelson Mandela (MORGAN FREEMAN) uniu forças com o capitão da equipe de rúgbi da África do Sul, Francois Pienaar (MATT DAMON), para ajudar a unir a nação.

Recém-eleito, o presidente Mandela sabe que seu país permanece dividido racial e economicamente após o fim do apartheid. Acreditando ser capaz de unificar a população por meio da linguagem universal do esporte, Mandela apóia o desacreditado time da África do Sul na Copa Mundial de Rúgbi de 1995, que faz uma incrível campanha até as finais.


Percebemos no filme como o esporte foi usado para tentar apaziguar a tensão racial (e social) presente na África do Sul pós-apartheid.

O Rugby, apenas mais um esporte no mundo, ganha um papel importante: torna-se um elemento unificador da nação. O país pára para assistir e torcer por sua seleção. O Rugby tornou-se para a África do Sul o que o futebol e a Copa do Mundo representa para o Brasil: aquele momento em que todos param tudo para ver o time jogar e trazer um pouco de orgulho por pertencer a nação.


Só que também rola a crítica. Não no filme, a minha mesmo. O esporte como elemento do pão e circo. Que distraí a população dos reais problemas. Faço a analogia com o Brasil, onde o futebol serve para fins políticos. Quem nunca ouviu falar sobre a Copa de 1970 e a Ditadura? O estado usou do esporte para ganhar apoio popular e esconder suas mazelas. Só que o pão e circo não é essa coisa ruim por "natureza". Mandela mostrou que é possível utilizar o esporte para fins benéficos: a identificação do povo com o seu país. Nem que seja por um momento e mesmo que isso não resolva todos os problemas do país, já é um passo dado. Porque não existe solução mágica. Não podemos deixar de fazer o mínimo só porque não podemos fazer o máximo.


Outro ponto bacana que o filme aborda é a figura de Nelson Mandela não como um santo, mas sim como um ser humano cheio de problemas familiares, mas que mesmo assim tenta fazer o possível para cumprir as obrigações que o povo lhe concedeu.


Por fim, mais um paralelo com o Brasil. Na África do Sul, antes do campeonato mundial de Rugby, os torcedores negros do país não torciam para a seleção nacional, pois ela representava a memória do apartheid (as cores, o hino, etc). Então Mandela resolveu que o time deveria excursionar pelo país e interagir com a torcida, trazendo a mesma para torcer ao seu lado ao invés de contra. Daí eu penso no futebol hoje no Brasil, onde a nossa seleção faz mais amistosos fora do Brasil do que em seu próprio território. Um exemplo do que não se deve fazer caso queira o torcedor jogando ao seu lado.

Um time. Uma seleção.

Abaixo o trailer do filme. Recomendo muito para quem gosta de filmes com temáticas esportivas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O conto do monstro sem nome (The Monster Without a Name / The Nameless Monster)

Solubilidade dos Sais