Revolution S01E04 - The Plague Dogs

Esse foi o episódio de "uma coisa acontece de um lado, a mesma coisa acontece do outro".

O inicio do episódio começa bastante animado. A turminha protagonista (Charlie, Miles e Nora) faz uma TRAP (armadilha) para capturar um miliciano e obter informações acerca do ESPELHO MÁGICO (Once Upon a Time® feelings) Tom Neville, o capitão que sequestrou Danny.

Charlie continua questionando o tio sobre o passado. Claro, né? Ela quer saber com quem tá lidando. É da família, é o tio, mas ela não o conhece. Nada melhor do que saber do que ele é capaz de fazer. Só que sua insistência tira a paciência de Miles e logo ela leva uma CORTADA, um TAPA COM LUVA DE PELICA, "Não lhe devo uma explicação, não devo nada a você". CRI, CRI, CRI *bola de feno* CRI CRI CRI.


Neste episódio conhecemos o passado de Maggie. Aparentemente ela deixou seus filhos na Inglaterra e estava a trabalho nos EUA... e por lá ficou, por causa do apagão. A cena do seu flashback a mostra conversando com seus dois filhos pela internet e um deles pede pra ela ler um capítulo de O Mágico de Oz ( Arilesa®). Ela nega. Ele implora. Ela nega novamente: I SAID NO! e em seguida a energia cai. E foi assim o último contato de uma mãe com seus PIMPOLHOS. Reflita sobre o REMORSO dessa mulher: a última coisa que ela disse para suas crianças não foram palavras de amor ou carinho, mas sim um NÃO bem grande.  Espero que os filhos dela estejam bem. Vai que a babá cuidou deles, né? Talvez ambos sejam como a Charlie e o Danny ingleses. Só nos resta divagar e esperar por uma resposta (futura) sobre isso. Ou não.


Em relação a referência ao livro, segue sinopse da história:
Vivia a pequena Dorothy com os tios Henry e Emm numa pequena fazenda do Kansas. Seu único amigo era o cãozinho Totó que, durante uma tempestade, desaparece. Procurando-o desesperadamente, a menina entra no abrigo contra ciclones e esconde-se na pequena casa que, levada por um tufão pelos ares, termina por arremessá-la numa distante e desconhecida terra.
No meio da tempestade, Dorothy encontra seu animalzinho. Quando finalmente pousam, descobre que a casa caíra sobre uma perigosa bruxa, matando-a. Surgem alguns homenzinhos - os Munchkins - que eram dominados por aquela malvada senhora. Dorothy é aclamada como heroína, por ter matado a Bruxa do Leste.
E aí, o que vocês interpretam disso?

Os cachorros comendo o cervo me lembraram da frase do livro As Belas Maldições: "a civilização está a vinte e quatro horas e duas refeições de distância do barbarismo". Muita verdade nisso, né?

Descobrimos também a profissão REAL de Ben. Ele trabalhava no Departamento de Defesa Americano. Ser professor de álgebra, aparentemente, era só um disfarce. Não sei quando ou como Monroe soube disso, se foi através de Miles ou se foi no dia do apagão, quando ambos foram para o quartel militar.


E mais uma vez ELIZABETH (Lost®) Rachel, A MÃE (não é a de How I Met Your Mother), aparece. Eu acho fantástica a atuação da atriz, pois ela consegue manter uma presença ALTIVA e uma voz IMPASSÍVEL mesmo sob pressão. É impossível saber o que ela está pensando ou sentindo. E QUE DESENHO ERA AQUELE? Seria a MÁQUINA DE FRINGE? Seria uma ESTAÇÃO DHARMA? Ou apenas uma forma alternativa de gerar energia? QUAL O PAPEL DESSA MULHER NA TRAMA?!


Nesse episódio também ocorreu aquele VELHO CLICHÊ onde alguém começa a FALAR VERDADES e a outra pessoa, que não deveria ouvir nada, está escutando tudo. A relação entre Charlie e seu tio ESTREMECEM quando este declara que vai ABANDONAR o grupo, porque é o melhor para todos, já que todos estão perseguindo ele, etc etc. Puro MIMIMI.

E então voltamos para o passado. Dessa vez é o de Charlie. E cada vez mais me SOLIDARIZO pela sua situação. Porque no flashback ela viu a mãe indo embora dizendo que voltaria "em alguns meses", que só ia buscar uns suprimentos, e 15 anos depois... NECAS, nada dela aparecer. E então fazemos uma CONTABILIDADE: Charlie perdeu o pai justamente no momento em que não estava na vila; o irmão foi sequestrado e ela não pode fazer nada para salvá-lo; e agora o Tio resolve ABANDONAR O NAVIO. COITADA, hein? Abandonada, indiretamente e diretamente, por todos ao seu redor. Vai precisar de muito PROZAC e LEXOTAN para melhorar. Agora podemos compreender mais essa personalidade IDIOTA de Charlie: é MEDO. Medo de se decepcionar, medo de confiar nas pessoas e elas não retribuírem,  medo de perder as pessoas que ama. Ela deve ter acumulado um monte de decepções ao longo da vida e essa maneira CHORONA que tem de agir é o jeito dela por tudo isso pra fora.


Em determinado ponto, os caminhos se cruzam. Maggie e Aaron se encontram com Nora, Miles e Charlie. No meio do caminho havia um parque de diversões. Havia um parque de diversões no meio do caminho. Por algum motivo lembrei de CARNIVALE, que é um circo, mas faz de conta que era um parque. Parques e circos são divertidos.


E o STALKER de Charlie continua em seu encalço. O que ele quer? UM AUTOGRAFO? Poxa, desencana. Por um momento eu achei que, por esse episódio ser focado em Maggie, ele poderia ser um dos filhos perdidos dela. SERÁ? SERÁ?

"O jardineiro é gezuiz e as árvres semos nozes"

E então voltamos novamente para o passado de Maggie. Ela DESESPERADA, cruzando a pé todo o EUA, do oeste ao leste, procurando por uma embarcação que atravessasse o Atlântico Norte até chegar a Inglaterra e, finalmente, rever suas crianças. Só que não existem mais barcos. Foram destruídos ou tomados pelas milícias. E do que é que eu lembro? Das grandes navegações. 1492 em diante. Cristóvão Colombo, Américo Vespúcio, Vasco da Gama, Cabral... esse povo INTELIGENTE E DESTEMIDO que se meteu numa construção de madeira e usou, a grosso modo, só o VENTO para guiar o caminho. Acreditaram no CORAÇÃO DAS CARTAS e alcançaram seu objetivo. Só que na situação PÓS-APAGÃO, não é todo mundo que possui o KNOW-HOW para velejar assim. A imagem abaixo diz tudo:


Depois de uma frase dessa... coitada, perdeu todas as esperanças. Maggie estava prestes a cometer HARAKIRI, mas o SUPER BEN apareceu, fez a cabeça dela e... bem, ela está aí, né?

Enquanto isso, no CATIVEIRO, Danny mostra que poderia muito bem ser o protagonista do filme Twister, detectando o CHEIRO DA CHUVA e pressentindo (e enfrentando) um TORNADO. Ele tenta aproveitar que os guardas estão preocupados com a tempestade e foge, mas Tom captura-o. Nesse ínterim, o tornado já está em cima dos dois. Sem saída, ambos encontram um abrigo e nele ficam, esperando o pior passar. 

No parque de diversões, cães começam a aparecer, incitados pelo "vilão" do episódio. Os cachorros são ordenados a atacar o grupo dos protagonistas. Por quê? Apenas porque Nora meteu uma flechada no cachorro que tava no ENCALÇO e mordeu a perna do gordo nerd. Sei que o DOMADOR DE CÃES mete uma facada na perna de Maggie, acerta uma artéria e foge. A coisa fica feia pra loirinha madrasta.

Mesmo tentando salvar a vida dela, Aaron e Charlie percebem que não tem muito o que fazer. Ela tá fadada a morrer. Então rola todo aquele lance de arrependimento pré-morte, de Maggie falando pra todo mundo ir embora, que ela é só um estorvo, bla bla bla, etc etc etc, todos fazem as pazes, deixam as magoas de lado, declarações de afeto são feitas, LOVE IS IN THE AIR. E aí entendemos o porquê de Maggie se preocupar tanto, mesmo sendo uma madrasta. Ela foi salva por Ben, Charlie e Danny. Eles a acolheram e, se não substituíram, pelo menos preencheu parte do vazio pela "perda" dos filhos.

Enquanto isso, do outro lado da história, o TORNADO destruiu o abrigo onde Tom e Danny estavam. Uma parte do local cai em cima de Tom. Se Danny fugir, o concreto vai esmagar Tom. O capitão, então, apela para o lado sentimental. Pergunta o que o pai de Danny faria. Diz que Danny lembra muito o filho dele. Diz que quer um mundo onde seu filho (de Tom) possa viver em segurança. Faz um discurso enorme que acaba por convencer Danny. Assim que Danny o salva, leva um CRUZADO NA CARA PARA DEIXAR DE SER BESTA e é logo algemado.


Voltando para Charlie. O DOMADOR DE CACHORROS conseguiu capturá-la enquanto Miles e Nora tentavam encontrá-lo. E ele vai contando sua vidinha para Charlie. Que o mesmo tinha uma filha, Lila, e que não conseguiu protegê-la. E em seguida emenda como "você me lembra ela". CARAMBA, ROTEIRISTAS, ONDE ESTÁ A CRIATIVIDADE?

Um lance interessante no diálogo entre os dois é a discussão, mesmo que superficial, da natureza humana. Hobbes e Rousseau, sabe? Não sabe? É aquele papo do homem ser maldoso por natureza. Rousseau fala do BOM SELVAGEM, as pessoas são boas e se tornam corruptas, enquanto Hobbes acredita que o ser humano é propenso a guerra. Charlie representa Rousseau, enquanto o rapaz seria Hobbes.

Resumindo o final: Miles e o STALKER (que foi capturado e solto) salvam Charlie. Maggie realmente morre e vemos que ela guardava, durante esses 15 anos, o livro de O Mágico de Oz para, um dia, ler para seus filhos. Foi bem triste a cena. Mas tem mais...


Descobrimos para onde RACHEL (vou tentar me acostumar com esse nome) foi. Ela se ENTREGOU a milícia. Por quê? PARA QUÊ? Não sei. Mas foi MILES quem pediu isso. Será que Ben sabia o que Rachel iria fazer ? Se sim, por que aceitou? Se não, por que não foi atrás?



Por fim, falemos sobre o título do episódio: The Plague Dogs é referente a um filme infantil. Muito cruel, pela sinopse que encontrei:
Conta a história de dois cachorros, Rowl (Labrador) e Snitter (Fox Terrier) que fogem de um laboratório após muitos testes. E encontram Tod, uma raposa com um leve sotaque que os ajuda a caçar e forma uma amizade com eles. Depois começam a ser perseguidos pelos donos do laboratório. (Fonte
Os cães têm tudo a ver com esse episódio, afinal o "vilão" é um DOMADOR DE CACHORROS que atiça-os para atacarem os protagonistas. Por outro lado, podemos perceber que Maggie seria a raposa que adotou os dois cães soltos. Danny e Charlie. Tudo faz sentido! A analogia serve para ambos os casos. Fantástico! Parabéns! É muito SATISFATÓRIO perceber que as coisas não são jogadas na tela assim por nada. Citarei uma GRANDE AUTORA DE POSTS NO FACEBOOK que resume bem a sensação desse episódio:
"Pela primeira vez eu acreditei nas personagens, senti o drama delas, então valeu por isso" (LESNYAK, Ariane)

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