Cândido ou O Otimismo



Pela apresentação do livro, parece que Voltaire escreveu essa historinha só para se opor a um RAPAZOTE chamado Leibniz. Aparentemente Leibniz acreditava que o mundo em que vivemos era o mais perfeito possível, tudo ia bem até quando ia mal, nada podia ficar melhor do que já estava. Um otimista, por assim. dizer.

Voltaire, apesar de não ser pobrezinho, teve uns percalços na vida, indo até parar na prisão. Não concordava em nada com essas ideias de Leibniz.

Como não havia internet nessa época, então não tinha como Voltaire dar DISLIKE ou deixar de acompanhar o feed de notícias de Leibniz. O que fez então? UM LIVRO. Nada mais natural, né? Escrever todo um livro para mostrar que o outro estava errado. A obra versa sobre as DESVENTURAS de um rapaz chamado Cândido (Candinho), um personagem análogo a Leibniz (otimista, etc).


Vamos ao livro então. São 30 capítulos em pouco mais de 70 páginas. Ótimo para fichamentos! Mas não é esse o caso. CANDINHO morava no castelo de um barão. Havia no castelo uma moça formosa, de nome Conegundes, irmã do Barão. No castelo ainda morava uma espécie de conselheiro, chamado Pangloss, que ensinava as pessoas que lá viviam que tudo era bom, tudo era ótimo, blá blá blá, whiskas sachê.

Mas aí Cunegundes resolveu dar uns pegas em Candinho e a situação se deteriorou. Pego NO FLAGRA pelo barão, foi expulso do castelo a pontapés e sua vida ITINERANTE começou.

Sabe aquele rapaz, aquele da bíblia, que só queria fazer o bem, que todo mundo se amasse, cheio de boas intenções e que só se fodeu por causa disso? Pois esse é um ótimo paralelo com Candinho. Exceto que o rapaz da bíblia ressuscitou, enquanto Cândido continuou sofrendo.


Um resumo dos INSUCESSOS de Candinho: perdeu a mulher amada; foi recrutado a força e espancado dentro do exército; pediu esmolas nas ruas; passou por um naufrágio e um terremoto; foi açoitado pela igreja... CHEGA!

O livro não se trata apenas das coisas ruins que se sucederam a Cândido.

Trata-se também das coisas ruins que se sucederam a sua mulher amada (Cunegundes), ao conselheiro (Pangloss), a empregada de Cunegundes (A Velha), ao irmão de Cunegundes (O Barão)... (as reticências é porque há mais gente). Cada um contando uma história mais triste que a outra. Como se fosse uma competição de quem sofreu as piores mazelas da vida.

Mas e aí? QUEM GANHOU? Ninguém. É uma série de insucessos!

O que mais chama atenção de quem lê (bem, chamou a minha) é comparar o Cândido do começo do livro com o Cândido do final. Pra saber se houve uma transformação, para saber se a maneira de encarar o mundo foi modificado.

Mas pra saber de TUDO que ocorreu com Cândido, só lendo. O livro pode ser baixado no site do Domínio Público. Vai lá!


P.S.: Cândido talvez só perca em tristezas para os IRMÃOS BAUDELAIRE, mas isso é assunto para outro post.

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