GIARDINA, Andréa (dir.). O Homem romano. Lisboa: Presença, 1991.

O Autor aborda a origem do termo humanitas, traduzido do grego paidéia e vindo também de outra palavra grega, philanthropia, distinguindo os homens dos bárbaros. Não há consenso entre humanitas ser sinônimo de progresso ou inquietação, mas ela corresponde ao que chamamos de civilização. Os povos greco-romanos não acreditavam que os bárbaros fossem apenas brutos e ignorantes, devido ao comercio sabiam que o mundo era vasto e que não eram os únicos civilizados.

O mundo que os romanos dominavam, oikoumene, era aquele que podiam explorar e vangloriavam-se por domina-lo. Os estóicos consideravam-se cosmopolitas, faziam parte da ordem dos fenômenos naturais em qualquer lugar que estivessem, sendo bárbaro ou não. O termo bárbaro é usado para designar os estrangeiros do império.

A philanthropia “consiste em ter um comportamento amigável com todos os homens e não apenas com os amigos políticos”. Segundo o autor, “ser homem significa renunciar cortesamente à sua própria superioridade”.

No aspecto bélico, os vencidos civilizados eram melhores tratados do que os considerados bárbaros e não tinham sua pena de morte decretada, eram exilados. A guerra era feita apenas se não houvesse mais nenhuma forma de negociação, segundo Cícero. A Roma republicana não se considerava um povo de raça superior.

Durante o período de paz no império de Augusto, acreditou-se em um “ontem bárbaro e um hoje civilizado”. Roma não tinha condições de romanizar os povos conquistados, entretanto estes o faziam espontaneamente. Havia um intercambio cultural entre gregos e romanos, onde adotavam os jogos olímpicos (os romanos) e os gladiadores (os gregos).

O aspecto jurídico mostrava que o direito romano era rigoroso com os mais fracos, não sendo tão “humano”. A aparente tolerância a cultura de outros povos, principalmente o aspecto religioso, era uma falsa impressão.

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