Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil
Peguei esse livro no grupo do Sebo Desapego. Acho que foi uns R$10. Parecia ter várias curiosidades. E na verdade é isso que é. Um punhado de curiosidades num mesmo livro, dando supostos ares de legitimidade.
O autor, Leandro Narloch, trabalhou na Veja, então daí você, leitor inteligente, usa de todos os seus pre-conceitos para imaginar o que vem por aí. Revisionismo histórico. Todos os textos possuem comentários que considero sem fundamento ao fim de cada passagem. Todos de ordem subjetiva ("eu acho que..."). Por exemplo: ele trata a história das civilizações consideradas pobres (BRASIL, oi?) através de uma visão reducioniosta, de forma esquemática, como se todas fossem iguais e se encaixassem num esquema pré-moldado.
O livro também trata sobre índios, negros, escritores, samba, guerra do Paraguai, Aleijadinho, Acre, Santos Dumont e comunistas. E em todos eles há a tentativa de fazer o leitor acreditar que os problemas do passado são apenas problemas do passado. São. Mas se estamos discutindo isso hoje e se o problema persiste, logo ele também faz parte do presente, né?
Olha o que ele diz sobre os índios e o tabaco:
Como se um suposto beneficio invalidasse qualquer manifestação que as pessoas, no caso os índios, achassem validas.
Quando ele fala sobre os negros e escravos:
Pode ate fazer certo sentido e soar coerente, mas pessoas devem ser responsabilizadas por se omitir e discriminar HOJE. Ao não tomar partido, você está tomando um partido. É o mesmo que dizer "não vou votar nas eleições porque tem politico safado" e deixar que os outros decidam por você. Sua omissão faz diferença. Ou seja... não faz sentido algum.
O capítulo sobre os escravos, contudo, é interessante para quem ainda não sabe que os escravos não eram só negros e que a escravidão não era exclusividade da África. Desde a antiguidade as pessoas eram escravizadas. E todas elas, em determinado momento, se rebelaram contra o sistema. Não foram passivos ante a dominação. Lembra o seriado SPARTACUS? Então. O livro aborda isso e considero um ponto positivo (para quem desconhecia).
Em relação aos escritores e a censura promovida por Machado de Assis:
Tá vendo, né? Se EU acho que é ruim, então deve ser banido. Censura é isso. E ele incentiva. O problema não é achar ruim. Isso não é problema. A questão é querer abolir a pluralidade de opções baseado em gosto pessoal.
Em suma: o livro tem muitas curiosidades, não vou checar todas as fontes para verificar a veracidade, mas a maneira como ele joga as coisas é bastante tendenciosa. Se for ler, ative o seu senso crítico e perceba o discurso nas entrelinhas.
O autor, Leandro Narloch, trabalhou na Veja, então daí você, leitor inteligente, usa de todos os seus pre-conceitos para imaginar o que vem por aí. Revisionismo histórico. Todos os textos possuem comentários que considero sem fundamento ao fim de cada passagem. Todos de ordem subjetiva ("eu acho que..."). Por exemplo: ele trata a história das civilizações consideradas pobres (BRASIL, oi?) através de uma visão reducioniosta, de forma esquemática, como se todas fossem iguais e se encaixassem num esquema pré-moldado.
O livro também trata sobre índios, negros, escritores, samba, guerra do Paraguai, Aleijadinho, Acre, Santos Dumont e comunistas. E em todos eles há a tentativa de fazer o leitor acreditar que os problemas do passado são apenas problemas do passado. São. Mas se estamos discutindo isso hoje e se o problema persiste, logo ele também faz parte do presente, né?
Olha o que ele diz sobre os índios e o tabaco:
“Os índios e seus descendentes não tem nenhuma responsabilidade sobre um habito que copiamos deles. Na verdade, temo s é que agradecer a eles por terem nos iniciado nesse costume maravilhoso que é fumar tabaco e outras ervas deliciosas. Da mesma forma, quem hoje se considera índio poderia deixar de culpar os outros por seus problemas”
Como se um suposto beneficio invalidasse qualquer manifestação que as pessoas, no caso os índios, achassem validas.
Quando ele fala sobre os negros e escravos:
“Ninguém hoje deve ser responsabilizado pelo que os antepassados distantes fizeram séculos atrás”
Pode ate fazer certo sentido e soar coerente, mas pessoas devem ser responsabilizadas por se omitir e discriminar HOJE. Ao não tomar partido, você está tomando um partido. É o mesmo que dizer "não vou votar nas eleições porque tem politico safado" e deixar que os outros decidam por você. Sua omissão faz diferença. Ou seja... não faz sentido algum.
O capítulo sobre os escravos, contudo, é interessante para quem ainda não sabe que os escravos não eram só negros e que a escravidão não era exclusividade da África. Desde a antiguidade as pessoas eram escravizadas. E todas elas, em determinado momento, se rebelaram contra o sistema. Não foram passivos ante a dominação. Lembra o seriado SPARTACUS? Então. O livro aborda isso e considero um ponto positivo (para quem desconhecia).
Em relação aos escritores e a censura promovida por Machado de Assis:
“Se bem que, com tanta peça ruim nos teatros hoje em dia, até que um censor como Machado de Assis não seria nada mal”
Tá vendo, né? Se EU acho que é ruim, então deve ser banido. Censura é isso. E ele incentiva. O problema não é achar ruim. Isso não é problema. A questão é querer abolir a pluralidade de opções baseado em gosto pessoal.
Em suma: o livro tem muitas curiosidades, não vou checar todas as fontes para verificar a veracidade, mas a maneira como ele joga as coisas é bastante tendenciosa. Se for ler, ative o seu senso crítico e perceba o discurso nas entrelinhas.
“A história nem sempre é uma fábula: não tem uma moral edificante no final e nem causas, consequências, vilões e vitimas facilmente reconhecíveis”
Eu dei uma lida no de filosofia dessa série e, de filosofia, não tem é nada; falar coisas de gosto e caráter duvidoso é a proposta, mas chamar de filosofia meio que beira ao ridículo. Acho que eu teria uma reação parecida com a que você teve nesse de História.
ResponderExcluirp.s.: duas horas tentando provar aqui que não sou um robô