sábado, 30 de março de 2013

Meus três cachorros, dois gêmeos


Neste sonho eu estava na praia com um amigo. Caminhávamos e conversávamos. Eu tinha três cachorros, dois pequeninos que eram gêmeos (um menino e uma menina) e um outro maior, vira lata. Conversa vai, conversa vem, percebo que os gêmeos começam a sufocar e, em seguida, morrem.

Tudo bem. Continuamos andando.

Então o vira-lata começa a sufocar. "De novo não", penso eu. Procuro alguém pra me ajudar, mas não há ninguém por perto.

No último segundo alguém dizendo ser um médico aparece, pede para que eu segure a cabeça do cachorro e com as próprias mãos começa a ARRANCAR A LÍNGUA DO MESMO. Na mão. Na marra. Puxando mesmo.

Pedaços e pedaços de língua vão sendo retirados da boca do animal, até que ele, finalmente, volta a respirar normalmente.

Esse cachorro nunca mais latiu.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Pedido de demissão



[14:26:34] <&Ash_> dorgas
[14:26:43] <&Ash_> peço pra ser demitido e me dão férias
[14:26:48] <&Ash_> pode isso, galvão?
[14:27:59] <&Sbaro> peça pra ser demitido denovo quando vc voltar
[14:28:01] <&Sbaro> ai te dao mais ferias
[14:29:17] <&Ash_> Sbaro hmm...não pensei nisso
[14:29:19] <&Ash_> aUHAUah
[14:30:01] <&Sbaro> cheat infinito
[14:31:32] <&kursch> uahuahauhauha

segunda-feira, 25 de março de 2013

Manhole

Uma crime aparentemente besta, se mostra mais complicado do que aparenta. Uma doença causada por uma filaria, um parasita, começa a causar gravíssimos danos nos seres humanos. Roubando sua líbido, deixando-os os cansado e removendo seu apetite. O parasita age no talamo central do cérebro responsável por controlar nossas vontades. E agora? De onde veio isso? Uma nova mutação? Coisa do demônio? Bioterrorismo? Um cientista louco?


Imagine que por causa de um inseto CHUPADOR DE SANGUE (hematófago), a disseminação da doença fica mais fácil. É assim mesmo que ocorre. Triste perceber que os humanos são tão fracos.

O primeiro caso da história é de um rapaz que anda nu e balbucia palavras sem sentido. Ao encontrar uma outra pessoa, tenta falar algo, possivelmente "mamãe!", mas a surpresa do transeunte ao ver aquela cena é tão grande que este o empurra, fazendo o homem nu cair de cabeça no chão e morrer, sem antes deixar de cuspir UM JATO DE SANGUE na cara do pedestre quando tentava balbuciar algo. Já viu, né? Infecção.


A policia, a principio, acha que é mais um caso banal, mas logo descobre-se toda uma conspiração. Há um certo instituto para o qual este homem nu se dirigiu para tentar curar-se dos seus males. Ele batia nos pais, roubava seu dinheiro, era uma pessoa agressiva, mas em algum momento quis melhorar. (E isso me lembra que há umas três semanas fui a uma palestra que debatia internação compulsória de usuários de crack. Pensei: "tudo a ver com esta história, Paolla).

Mas o que este instituto pode ter feito de tão ruim para fazer um homem andar nu cuspindo sangue pelas pessoas e falar numa linguagem ininteligível?


Aos poucos descobrimos que a pessoa por trás desses eventos tem uma ideia bastante EUGENISTA sobre a população. Quer simplesmente expurgar as pessoas ruins do mundo. A intenção é boa, né? Pelo menos assim pensa o coordenador das ações. Só que se você parar e refletir, é complicado ser o INMETRO da população mundial. Prefiro não viver num mundo onde minhas ações podem ser interpretadas como maléficas e sofrer o que os personagens da história sofreram.


E quando eu me referi a palestra que fui, não foi a toa. Estão falando de lobotomia no mangá! E, pasmem, o rapaz que criou isso, Egas Moniz, foi agraciado com um PRÊMIO NOBEL. A mentalidade daquela época (1949) era outra mesmo, hein? A imagem acima diz que "muitos pacientes foram libertos do seu sofrimento".  Será? Definitivamente devem ter se tornado cordeirinhos, sem mais causar problemas a família, mas isso é resolver o problema? Não há outras opções? Para o "VILÃO", não há.


Dois dos personagens policiais responsáveis por cuidar dos casos são estes da imagem acima. Uma garota que acabou de entrar pra polícia e seu chefe, que lhe prega várias pegadinhas. Uma ótima dupla!

Lembrar também que os países africanos, no casto deste mangá Botsuana, ainda são vistos como locais mágicos, estranhos, bizarros e diferentes, repletos de propriedades místicas e curadoras. Não há melhor cenário para criar-se mitos que um local pouco conhecido pelo ser humano. Inventar uma "tribo dos ciclopes" torna-se muito mais simples.


Apesar dessas imagens chocantes que usei na resenha, o mangá não é tão nojento como parece. É PIOR, não pela nojeira, mas por se basear em COISAS REAIS. A filária realmente existe. A lobotomia foi uma prática bastante utilizada e aceita em um certo período. Teorias eugenistas PIPOCAM pelo mundo até hoje. E, novamente sobre a palestra, se as pessoas doentes não condizem com o que a sociedade almeja, o único modo de resolver o problema é eliminá-las e/ou isolá-las. Pelo menos assim pensam algumas pessoas.


Tetsuya Tsutsui, o autor da história, possui apenas três outros mangás além de Manhole. Um deles, Duds Hunt, encontrei traduzido para o português do Brasil pela mesma galera que fez Manhole, o Chrono Scanlator (dá pra fazer download de Manhole neste mesmo link). É só um volume, então em breve escreverei algo por aqui.

E, sim, recomendo lerem Manhole.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Das pessoas que se corrompem



[17:17:26] <+kursch> ver você compartilhar fotos no fb
[17:17:33] <+kursch> muito me deixa curioso Tchevas.
[17:17:44] <+kursch> voce foi PAGO?
[17:17:49] <+kursch> estão te SUBORNANDO?
[17:43:29] <@Uengas> pode crer
[17:43:33] <@Uengas> porra foi essa?
[17:43:43] <@Uengas> hackearam tua conta?
[17:51:24] <+kursch> voce é uma figura de autoridade no meu facebook
[17:51:35] <+kursch> um FORMADOR DE OPINIÕES.
[17:51:44] <+kursch> até eu fiquei em duvida se deveria compartilhar a imagem, acreditando que se você o fez, deve ter alguma motivação racional
[17:52:27] <Tchevas> UHFAEIUHFEAIUHEFAIUHAFEIUHEFAIUFEAIFEAUFFEA
[17:53:01] <Tchevas> eh que eh uma promocao aqui da empresa
[17:53:13] <Tchevas> da empresa que estou trabalhando
[17:54:06] <Tchevas> sou um vendido, né
[17:54:09] <Tchevas> fuihfiuaheohfeaihfeaihaefiuhfeaiuhufaeihuifeaufea
[17:54:37] <+kursch> muito, bicho
[17:54:43] <+kursch> e eu achei que tu era INCORRUPTIVEL
[17:54:52] <+kursch> agora perdeu a credibilidade comigo
[17:54:55] <+kursch> so me resta CANCELAR A ASSINATURA
[17:57:18] <Tchevas> feauhefauhieafhifheaihefaiuhefauihefauihefaiuhufieaufeafea
[17:57:26] <Tchevas> preciso comer neh
[17:57:38] <Tchevas> estou semi-passando fome nesses ultimos tempos

terça-feira, 19 de março de 2013

Série de livros FEIOS

Ingrid me falou que leu este livro na época em que eu lia Jogos Vorazes. Ela disse que a história tinha potencial para ser boa. Por FEIOS também ser uma distopia (meu gênero predileto), pensei que ia gostar bastante!


Infelizmente, assim como ela, achei bem bobo.

Tally Youngblood tem 15 anos de idade e vive em VILA FEIA. Em seu mundo há os FEIOS, pessoas como ela, e os PERFEITOS, pessoas que que são presenteadas pelo governo com uma intervenção cirúrgica de modo a deixa-los como uma aparência externa perfeita, alem de um organismo mais resistente a doenças, ossos mais leves e resistentes, etc etc etc.

Esse "presente" é dado a todos os cidadãos ao completarem 16 anos. Tally está super ansiosa para que chegue logo seu aniversario para, enfim, se tornar perfeita.

Que vantagens há nisso? Em NOVA PERFEIÇÃO, a cidade dos perfeitos, pode-se dormir ate a hora que quiser, ninguém trabalha, o governo oferece casa, comida e roupa lavada, as pessoas vivem festejando... Porem.... Bem, não vou estragar a surpresa.

Quem, em sã consciência, recusaria isso? Os amigos mais velhos de Tally já estão todos em Nova Perfeição e a garota precisa passar o tempo ate a data de sua cirurgia. Nesse ínterim ela conhece Shay, uma menina que NÃO quer se tornar perfeita. POR QUE?


PEOR! além de não querer ser perfeita, Shay deseja se mudar para um local "mitológico" chamado Nova Fumaça, uma espécie de comunidade "hippie" onde as pessoas vivem NA e DA natureza, comendo plantas e animais, sem o conforto que a cidade oferece. Que ABSURDO, né?

O problema é que Shay desaparece e os ESPECIAIS, um grupo de PERFEITOS que monitora a cidade, incumbe Tally de ir atras da sua amiga. Caso se recuse, a garota nao ira se tornar perfeita! Tadinha!

Esse primeiro livro da serie conta o resgate de Shay por Tally, mas este post contem reflexões e comentários a respeito dos quatro livros.


Deu pra ver que tem varias lacunas a historia, né? É assim mesmo. O livro demora MUITO para dizer a que veio. Retarda muito para mostrar os CONTRAS desse novo mundo (Tenha calma, todas as respostas são dadas, mas é algo tao fora de ordem que você pensa se faltou planejamento do autor Scott Westerfeld).

Eu fiquei imaginando um filme. Se acontecer, tem que mostrar muitos mais benefícios para se tornar um PERFEITO. Tally também teria que ter sua personalidade modificada para uma garota ALUADA/INGÊNUA/EGOÍSTA, pois não faz sentido trair os amigos. A Vila Feia precisaria se tornar um local medíocre  afinal é como se ela fosse a periferia de Nova Perfeição  ou seja, submetida ao mesmo governo. Não ha falta de comida em Vila Feia, é tudo uma questão estética.
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte... (Titãs - Comida)
Se hoje não temos uma cirurgia que possa nos modificar completamente, como o livro sugere, temos outros meios de se encaixar num padrão de beleza "perfeito" (ou quase isso). Temos que ser magros e ao mesmo tempo fortes (vá pra academia!); Nossos dentes precisam ser brancos e perfilados (alô, dentista!). Nossos cabelos precisam ser mais lisos que pau de sebo (shampoos e salão de beleza). Silicone! Lipoaspiração! Lente de contato! Perucas! Marca passo! A lista é longa, mas basicamente esse é o padrão que a sociedade impõe. Daí me lembrei desse post da Lola sobre os corpos dos atletas olímpicos (LEIA, POR FAVOR), mostrando que cada pra cada modalidade há um biotipo adequado. Percebemos como é ténue a linha de um padrão de beleza.


A tentativa de HOMOGENEIZAÇÃO da sociedade é para evitar os conflitos. As intenções inicias são boas. O governo condicionava as pessoas a se sentirem inferior por terem nascido feias. A única opção era se tornar perfeito, fazer a cirurgia. Assim não haveria distinção.
- Até parece que as coisas eram maravilhosas quando todo mundo era feio. Ou será que você perdeu essa aula na escola?
– Eu sei, eu sei. Todo mundo julgava os outros pela aparência. As pessoas mais altas conseguiam empregos melhores, e o povo votava em certos políticos só porque eles não eram tão feios quanto a maioria. Blá, blá, blá.
– Isso aí. E as pessoas se matavam por coisas como uma cor de pele diferente. – Tally balançou a cabeça. Por mais que repetissem aquela história dezenas de vezes na escola, ela nunca tinha acreditado de verdade. – Então, qual é o problema de as pessoas serem mais parecidas agora? É o único jeito de tornar as pessoas iguais.
– Poderiam pensar numa forma de deixá–las mais espertas. 
Ainda em relação a beleza, nesta parte do livro Tally e Shay encontram revistas antigas, do período em que não havia a cirurgia. E aí percebemos as diversas formas de beleza do passado (e se você tiver lido o post que indiquei, tudo vai fazer mais sentido ainda).
Os olhos de Tally demonstravam espanto enquanto Shay virava as páginas, sempre apontando e rindo. Ela nunca tinha visto tantos rostos tão diferentes. Bocas, olhos e narizes de todos os formatos possíveis, combinados de um jeito absurdo, em pessoas de todas as idades. E os corpos? Alguns eram monstruosamente gordos ou estranhamente musculosos ou perturbadoramente magros. E quase todos apresentavam proporções desequilibradas e feias. No entanto, em vez de demonstrarem vergonha por causa de suas deformidades, as pessoas davam risadas, trocavam beijos e posavam, como se as fotos tivessem sido tiradas numa grande festa. 
O livro tem uma preocupação ambiental IMENSA, beirando ao ridículo. O discurso nas entrelinhas explicito é que os seres humanos são uma praga incontrolável que irá destruir o mundo a qualquer momento. Por isso não devemos derrubar nenhuma arvore, não abater animais para comer... É muito extremista. Essas imposições são todas feitas pelo governo. Ele decide; o povo acata. ACATAR é o termo certo, pois a sociedade apenas respeita e venera o que o governo. Não há questionamentos sobre o autoritarismo. Tá tudo dando bem pra todos, então por que mudar?

É aí que o direito de escolher é ressaltado. 
– Por que sou infeliz? – repetiu Tally. – Porque a cidade obriga você a ser como eles querem, Peris. E eu prefiro ser eu mesma. É por isso.
Ele apertou o ombro dela com uma expressão triste no rosto.
– Mas as pessoas são melhores agora. Podem existir boas razões para eles terem nos mudado, Tally.
– Peris, as razões deles não significam nada, a não ser que eu tenha o direito de escolher. E eles não dão esse direito a ninguém – disse ela, tirando o braço dele do ombro e se voltando para a cidade que se distanciava. 
E após certos eventos ocorrerem no livro, vimos o quanto o debate e a discussão de ideias é algo ainda, no minimo, estranho para a protagonista. 
Tally jamais tinha ouvido adultos discutindo daquela forma, nem mesmo em particular. Era como se um bando de feios dominasse as transmissões. Sem as lesões para tornar as pessoas aprazíveis, a sociedade vivia em constante estado de guerra por meio de palavras, imagens e ideias.
Era uma sensação avassaladora, quase como o modo de vida dos Enferrujados, ter que debater todas as questões em público em vez e deixar o governo fazer o seu trabalho.
E as mudanças já em vigor em Diego eram apenas o início, Tally percebeu. A cidade dava a impressão de estar fervendo com todas aquelas mentes emancipadas trocando opiniões, como algo prestes a explodir.  
Quando percebemos que a historia se passa 300 anos após um colapso na terra, somos chamados de ENFERRUJADOS, para ressaltar nossa dependência do metal. Só que essa parte não ficou bem explicada. Essa DERROCADA aconteceu devido a uma bactéria, criada por alguém que não sabemos quem, tornar os produtos criados com petróleo totalmente inflamáveis. Aparentemente aconteceram sérios incêndios globais devido a isso e MUITA gente morreu porque ao invés de fugir a pé, fugia de carro. E o carro contem peças feitas de petróleo (e, óbvio, há o combustível)... Somos estúpidos assim? Esse colapso aconteceu do dia para noite? Quantas pessoas sobreviveram? Quais são as matérias primas do novo mundo?

Outra questão: Tally tinha pais, Sol e Ellie, mas como era o relacionamento deles? Por que ela não usava pai e mãe para se referir aos pais? Como era a família em Vila Feia? A população era controlada? Como?

DO QUE LEMBREI AO LER O LIVRO?


Em vários momentos da história lembrei de possíveis referencias a cultura popular. A prancha flutuante, tão usada nos livros, por exemplo: não tem como deixar de lembrar de DE VOLTA PARA O FUTURO.



O cenário, na minha cabeça, foi uma mistura do desabitado mundo do seriado Revolution e do anime No.6 com a tecnologia autosuficiente da cidade de Tokyo 3 (Evangelion).

  

A viagem de Tally, SOZINHA, para a Vila Fumaça me deu a mesma sensação de jogar Shadows of the Colossus. Veja o vídeo acima. Sério. Troque o cavalo por uma prancha flutuante e pronto. Era Tally sozinha num mundo COMPLETAMENTE DESABITADO. A mesma solidão que Wander, o protagonista de SOTC, deve sentir.


A reserva humana, pra mim, foi o ponto alto dos três primeiros livros. A forma de conter os humanos primitivos no local é a cara de LOST. Observe a descrição.
E no interior dos bonecos devia haver algo muito mais sofisticado: um sistema de segurança capaz de subjugar seres humanos, sem causar mal às árvores e aos pássaros. Algo que atacava o sistema nervoso, traçando uma fronteira intransponível ao redor do mundo daquelas pessoas.  
MUITA CALMA NESSA HORA. ACABEI DE FALAR DOS TRÊS PRIMEIROS LIVROS, MAS AINDA HÁ O QUARTO...

Quando li a série, acreditei que o título do quarto livro, EXTRAS, era uma referência a um conteúdo extra da história original. Um compêndio, sabe? Com informações sobre aquele mundo.

Eu estava errado. Quase.

Extras é uma espécie de spin-off da serie feios.

A história ocorre no mesmo mundo de Tally Youngblood, 3 anos e meio apos os acontecimentos do terceiro livro da série, ESPECIAIS. Ao invés de beleza, a tecnologia e a popularidade são o que chamam a atenção. A protagonista chama-se Aya e aparentemente a historia se passa no Japão, afinal a garota fala japonês (dããã). Youngblood faz uma "participação especial" na historia.


Pra mim, se rolasse um filme, esse seria o mais chamativo. Justamente por ter TUDO A VER com o mundo que vivemos. Da popularidade. Da comparação social. A moeda da sociedade chama-se MÉRITOS. Não é a toa, né? As pessoas deste novo contexto tem uma obsessão INTENSA em gravar e filmar tudo. Tipo eu. Tipo você. E há um ranking de popularidade. Aya quer fazer parte desse ranking, mas ainda não sabe como e inveja seu irmão por ser um dos mais populares.

O enredo, fraco, desse livro é que Aya acaba por descobrir um grupo de garotas que NÃO QUEREM SER POPULARES. Evitam a todo custo a exposição. Isso, por si só, não tem efeito algum, Contudo, essas garotas são que nem aqueles paulistas (só lembro de paulistas, desculpem-me) que surfam nos trens. Elas fazem O MESMO! Isso é algo tão arriscado que provavavelmente, pensa Aya, se conseguisse filmar faria com que ela ascendesse rapidamente aos primeiros lugares do ranking.

A história se desenvolverá a partir daí. Será que as garotas vão descobrir que Aya só quer filmá-las? Num desses surfs nos trens, o grupo acaba passando por entre uma montanha e encontra um grupo de SERES roubando o metal. Que seres são esses? Humanos? E por que estão roubando metal? Pretendem iniciar uma guerra? O que era apenas uma filmagem de adolescentes se arriscando torna-se uma teoria conspiratória com diversos agravantes.

Assim como nos outros livros, as cirurgias estéticas e cerebrais estão disponíveis  A "honestidade radical", cirurgia que altera a mente para tornar a pessoa INCAPAZ DE MENTIR, é a mais engraçada de todas. Quero muito ver isso num filme. É só você imaginar aquele filme do Jim Carrey, O MENTIROSO.
A ausência de Moggle [a câmera voadora de Aya] a deixou duplamente receosa. Era assustador pensar que nada daquilo estava sendo gravado. O que quer que acontecesse teria acabado na manhã seguinte, como um sonho. Aya sentiu que estava isolada no mundo, que ela mesma não existia.
Esse artefato de Aya, Moggle, como não lembrar do GOOGLE GLASS? Filmando tudo, 24 horas por dia. Além disso, Moogles são também o nome de criaturas fictícias da série Final Fantasy. No Final Fantasy 7, por exemplo, há um único Moogle que consegue se comunicar com humanos. Igual a câmera de Aya.


Se uma árvore cai e ninguém vê, então não faz barulho; o mesmo vale para uma única mão batendo palmas. A pessoa tem que ser vista antes que exista de verdade.
Gostei muito da definição de EXPANSÃO usada pelo antagonista deste livro (que não irei contar quem é!). Ele diz que "expansão é a palavra dos deuses para o crescimento, mas a bola do mundo não cresce". Reflita. O mundo não cria novos espaços para abrigar a população, mas aparentemente achamos que sim. Não é um crescimento sustentável. E novamente o problema ecológico é mencionado na história. Uma constante na série, mas dessa vez sem tanto maniqueísmo.

Pra mim esse é o livro mais legal da série e é perfeitamente possível lê-lo sem ter lido os três anteriores. Espero que, caso ocorra um filme, esse seja o primeiro, contando o FUTURO DO FUTURO e os antecedentes sirvam para explicar a mitologia da série (dizer quem é Tally, porque o mundo ficou daquele jeito, etc etc).

segunda-feira, 18 de março de 2013

Meu sonho com a menina que queria um garotão


Neste meu mais novo sonho curta-metragem, Clara me passava o link de um site de garotos de programa. Eu, como bom amigo, pensei em fazer uma SURPRESA para ela e fui contratar um. Só que não era possível fazer isso apenas por telefone, mas sim deveria ser ao vivo numa especie de escritório de garotos de programa.

Ao chegar lá, me receberam e me levaram para uma sala com uma cama. Em seguida apareceu o PROSTITUTO. Eu explicava pra ele porque estava lá, só que ele achava que era algum fetiche meu, que eu era algum tipo de gay enrustido, sei lá, e já começou a dar em cima de mim. Fiquei com medo. Ia ser vitima de estupro!

Sei que enrolei o PUTO e solicitei que fossemos para outro local, que era justamente perto de onde Clara morava. De algum jeito eu me desvincilhava do cara e gritava na janela da república onde Clara morava.

- CLARA, CLARA! SOCORRO!

Meus gritos pareciam ser em vão. Ninguém respondia. Até que ela abriu a porta e o local onde estava parecia um salão de beleza. Clara estava pintando o cabelo dela. De Laranja. Quem pintava o cabelo de Clara era Bianca. Elas não se conhecem na vida real.

Sei quem nesse meio tempo, o rapaz me encontrou e apertou meu braço. DESESPERO. Então eu apontava para Clara.

- É ELA, ELA QUEM QUER O PROGRAMA, NÃO EU, ME SOLTE!!!

Só que como era pra ser uma surpresa minha, Clara acabava não entendendo nada da história, negando tudo.

- EU PEDI NADA DISSO NÃO, TÁ DOIDÉ?

No fim das contas a situação se resolvia, ela pagava ao garoto de programa pelo TEMPO (e não pelo serviço) e Bianca acabava pintando meu cabelo de azul.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Don't cry for me Argentina


Ideia de Mariana.

Roubar pobre não é de Deus

Essa é a depoimento de uma garota que teve o celular roubado.



Não consigo dormir de tristeza. Meu celular era meu vício. Ele era muito importante sentimentalmente pra mim. Tantas mensagens de tanta gente...

Qual a graça? Qual o sentido? De não tê-lo ao meu lado. Ele, que sempre estava comigo 24 horas.

Uma ESTRANHA agora sabe toda a minha vida. Viu minhas fotos, sms, conversas em whatsapp. Me sinto invadida.

Eu nunca faria isso nem se fosse um SIII.

Um celular é como um familiar seu, um gêmeo SIAMÊS. Estou de luto. Estou indignada. Já liguei pra Tim bloqueando o chip. Vou na Claro onde comprei e mandar bloquear o aparelho pra não receber sinal de nenhuma operadora.

Eu mandei um sms dizendo que pagava o correios, dava até o dinheiro do resgate =~

Júlio, estou em FRANGALHOS!

Eu quase perdi meu voo, correndo feito louca atrás do celular, indo no banheiro, indo na mulherzinha da voz do aeroporto, pedindo as pessoas pra ligarem pra ele. O voo atrasou por minha causa. Ficaram chamando meu nome... Quase que eu não ia.

Voltei o voo inteiro olhando o mapinha que mostra a localização do avião. Tão triste que nem comi. Só chorava e olhava a tela.

Por que essa mulher fez isso comigo? O celular não vale uma PEDRA DE CRACK.

Agora to lisa, sem internet, sem celular, sem nada. Só lembranças que ficarão na memória, mas que se perderão com o tempo. Aproveitarei este momento para me enclausurar. Me afastar desse mundo cruel de pessoas que furtam pobres.

Roubar pobre não é de Deus.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Não quero ver mais as besteiras que meus amigos do Facebook publicam na timeline. Como proceder?

É comum ver na minha timeline (linha do tempo) do Facebook meus coleguinhas reclamando que na timeline deles algumas pessoas só falam, na opinião deles, BOSTA. Ora, isso é SADISMO. Por que continuar vendo isso? Por que não PARAR DE VER?

A solução para evitar o ESTRESSE, a FADIGA e o DESGASTE com algumas pessoas é bastante simples e não vai afetar em nada a "amizade".

1. Dirija-se até o perfil do coleguinha;
2. Deixe o mouse sobre a opção AMIGOS;
3. Espere até que o Facebook mostre as opções;
4. Clique, para desmarcar, na opção Mostrar no feed de notícias.


Agora você terá CANCELADO A ASSINATURA do seu coleguinha. Ele não tem como saber e todos sabem que o que os olhos não veem, o coração não sente. Vocês continuarão AMIGOS NO FACEBOOK, continuará vendo a BOLINHA VERDE no bate-papo, mas não mais verá suas atualizações.

O melhor de dois mundos.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Compramos um Zoólogico (We Bought a Zoo)

Seis meses apos perder mulher, homem ainda tenta se reerguer da sua antiga vida. Para cuidar melhor da sua família, que sente também a falta da mãe, acaba dando uma guinada radical no seu estilo de vida, comprando uma propriedade que contem um zoológico.


Uma coisa bastante perceptível NA VIDA é que seres humanos precisam superar alguns fatos se desapegando de certos objetos e adquirindo novos. Como roupas e uma casa. Até mesmo PESSOAS, né? (Não, isto não é uma APOLOGIA ao escravismo).

Benjamin, o protagonista, faz parte desses seres PLURICELULARES que, para superar um trauma pessoal (e familiar), acaba tomando uma decisão ousada: morar e cuidar, junto com seus dois filhos, de um zoológico.

A menininha mais nova aceita tudo de bom grado. Viver com os animais? Que ótimo! Já o garoto está ARREDIO. Não quer abandonar a zona urbana. Nem ao menos fica empolgado quando a LOIRINHA da fazenda quer ALGO MAIS QUE AMIZADE com ele (bem diferente de Ponte para Terabítia).


Mesmo com SCARLETT JOHANSSON como ajudante, as coisas no zoológico não são moleza, pelo contrário: o local conta com animais em extinção e não tem qualquer tipo de ajuda financeira do governo. A família - leia-se: Benjamin - vai ter que lidar com a dupla tarefa de investir, administrar e tornar o ZOO rentável (lucrativo) concomitante a cuidar de seus filhos. E não é fácil.
"Nada do que você disser vai ser pior do que o que eu disse a mim mesmo" (Pai para o filho)
O vilão antagonista da história é o inspetor. O rapaz que irá verificar se tudo está correndo segundo os conformes do IBAMA americano (ou algo do tipo). Achei a situação bastante superficial. Por que o inspetor é tão cruel? Por que JOGAR AREIA nas tentativas de melhoria? Para onde iriam os animais caso as reformas não fossem suficientes? Nada disso ficou explicito. 


Acontece também, pra mim pelo menos, todo um questionamento sobre o sacrifício de animais. Tenho essa ideia, talvez errada, de que os animais são sacrificados mais para o nosso bem (pois não suportamos vê-los sofrer) do que para o bem deles. Talvez seja por isso que a EUTANÁSIA seja um tema tão polêmico. Porque fazemos de tudo para manter nossos semelhantes perto de nós. Um cavalo quebra uma perna? Mata. Um humano perde uma perna? Implanta outra. Compra uma cadeira de rodas. DÊ SEUS PULOS.

O sofrimento do tigre é analogia para perda da mulher/mãe. Provavelmente Benjamin fez de tudo por ela, mas simplesmente não foi possível salvá-la. O mesmo ocorre com o tigre. É difícil entender que somos impotentes perante algumas situações. Como a morte. E é mais complicado ainda quando precisamos tomar decisões que afetam nós tanto quanto os outros. Por isso ele não queria que o tigre morresse, por isso lutou e adiou tanto o sacrifício. Não era possível suportar tanta dor. Porem, quando finalmente Benjamin percebeu a INEVITABILIDADE e o "libertou", foi quando conseguiu ganhar forças e criar coragem para seguir adiante com sua própria vida.


Vale também destacar a perspectiva de um pai solteiro. Se para uma mulher, criada numa sociedade machista onde ela precisa exercer dupla jornada, já é difícil conciliar filhos e trabalhos, imagine para um homem que não possui essa educação desde criança. Benjamin não sabe o que fazer. A imagem acima ilustra bem como a criancinha percebe isso e começa a "amadurecer" desde pequena. E o pai sofre com isso, né? Ele quer que seus filhos tenham uma infância, que se divirtam, que saiam para brincar, que façam coisas de criança. Por isso sua VÁLVULA DE ESCAPE acaba sendo o zoológico. Onde ele poderia conciliar o lado trabalhador com o lado afetivo, participando do crescimento de seus filhos.


O irmão de Benjamin, Duncan, é um dos que acreditam que o empreendimento não vai ser bem sucedido devido a falta de experiência do irmão em assuntos administrativos. Mesmo assim, como família, tenta apoiá-lo. E é bonito quando ele, RESIGNADO, resolve ajudar o irmão, trazendo peixes para alimentar os animais. 

Há também a solução inesperada. O Deus Ex Machina. Quando tudo parecia DEGRINGOLAR, o que acontece? O protagonista encontra, no bolso de uma camisa antiga, um papel de deposito feito por sua falecida mulher com dinheiro suficiente para resolver os problemas do zoológico e não cair na PINDAÍBA. Lembrei daquele filme P.S. EU TE AMO. 


Últimos comentários: a ótima trilha sonora do Jónsi da banda Sigur Rós. Adequada a todos os momentos do filme; o bizarro fato de se empolgar ao ver ratos mortos ao invés de ter nojo pelo simples motivo dos mesmos servirem de comida para as cobras do zoo; a expressão mais preguiçosa do século 21, "tanto faz"; e a frase "tudo que precisamos é de 20 segundos de coragem constrangedora para conseguir algo bom". Se "YES MAN" me motivou a dizer SIM para a vida, essa outra frase aí também serviu pra muita coisa.



E o final, hein? Ele contando como conheceu a mãe. NEM PRECISOU DE NOVE TEMPORADAS.

sábado, 9 de março de 2013

DR com amigos!


Situação: eu querendo arrumar alguém pra jogar League of Legends comigo.

NO FACEBOOK

Júlio
vamos jogar?

Túlio
to sem mouse
o meu quebrou
ae peguei o do note "da casa"
e fui tomar banho
ae meu pai pegou
perguntou aqui se eu to rpecisando
ae eu disse q n
POSSO ATE DIZER Q SIM
AE
ELE VEM
VÊ Q EU TO JOGANDO
ae d´amerda.
aHEUHAUE

Júlio
beleza ne

10 MINUTOS DEPOIS EU ABRO O JOGO E QUEM EU VEJO LÁ?

kursch 
VIADO
'SEM MOUSE' NE
FDP

blackoff 
hum, espero q vc saiba q eu peguei e vc tava jogando ja
ou vc acha q eu ia passar o resto da vida sem mouse?
q drama

kursch
UAHUAHUAHUAHUAHUAH
PEGOU AR

blackoff
hAUISEHIUASE
_|_

kursch
UAHUAHUAHUHUA
ri alto
esse homi namorando deve ser uma onda
cheio das DR
com essas frases de impacto ai
doidinha deve cair no choro

blackoff 
o cara
JOGANDO
AE VEM UM FDP
SE FAZER DE VTIMA
VAI SE FUDER N

kursch
UAHUAHUAHUAHAU

sexta-feira, 8 de março de 2013

Independência ou Mortos

Tenho muito orgulho, como historiador, em ver que publicações como essas começam a fazer sucesso no Brasil, trazendo o interesse dos leigos que querem conhecer um pouco mais sobre a nossa história, mesmo que seja através de uma história de ficção!


"Independência ou Mortos" é uma publicação do selo Nerd Books proveniente do site Jovem Nerd. Escrito por Abu Fobiya e ilustrado por Harald Stricker, a história da independência do Brasil é recontada de uma maneira nada SINGELA: com ZUMBIS.

Quando D. João VI foge de Portugal em direção ao Brasil, não podia imaginar que em sua embarcação surgiria uma doença que traria os mortos de volta a vida. E quem é responsável por isso? Sua mamãezinha, Dona Maria, A LOUCA!

Mesmo com essa INESPERADA situação, sua comitiva aporta em terras brasileiras. Com a mamãezinha. Você já deve saber o que está por vir, né? De algum modo, outras pessoas são infectadas e começa a luta pela independência.

Essa não é a história de D. João VI, mas sim a de Pedrinho D. Pedro I, o responsável por ter que lidar com as TOLICES que seu pai provocou.


A graphic novel tem 160 páginas, capa dura e dá gosto de tocar as páginas internas (elas tem aquele "cheirinho de novo", sabe? Os personagens são bem elaborados e até as ESTRIPULIAS ROMÂNTICAS de D. Pedro I são exibidas. Claro que há omissões de algumas figuras históricas, mas isso serve para manter o ritmo constante da obra (que, lembre-se, é uma FICÇÃO!)

Após o fim da história, os autores se pronunciam a respeito do livro, explicando como foi elaborado o projeto da história em quadrinho e as escolhas que tiveram que tomar.

Agora uma reflexão.

Como falei no inicio do post, gosto muito dessas remontagens. Mantem alguns fatos reais e adicionam elementos da ficção. Tenho esse posicionamento que isso gera INTERESSE pela história real. Quem tem um mínimo de consciência critica quando vê "história baseado em fatos reais" deve se perguntar duas coisas: será que a realidade retratada no filme é assim mesmo? Os personagens na tela condizem com a realidade (verossimilhança)?

A primeira coisa que pensei quando IGOR me emprestou o livro foi que, na mesma época, estava nos cinemas o filme Abraham Lincoln - Caçador de Vampiros. Um cara que, dada as devidas diferenças, tem uma representatividade semelhante pros EUA que D. Pedro I tem para o Brasil. Esse nosso complexo de vira-lata faz com que vejamos a Mafia Italiana no período da lei seca EUA, Samurais no Japão, Cavaleiros Templários na Europa como MODELOS/ÍCONES (e eles não o são! muito menos heróis!), mas quando voltamos os olhos leigos para nossa realidade não encontramos nada. Será mesmo? Ou é apenas desconhecimento de nossa parte?

(É desconhecimento!!! Ainda farei uma história distópica sobre A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR ter dado certo.)

Dizem muito, os vira-latas, que no Brasil não há "heróis" (repito: isso não existe) porque nunca houve briga pela independência. Olha, mesmo que isso fosse verdade (e não é!) pra mim isso é um mérito  não um demérito. Alcançar o objetivo sem derramamento de sangue é uma proeza. Lembre-se que na historia "real" do Brasil, antes, durante e depois do processo de independência, houve vários movimentos separatistas ou revoltosos contra a COROA. Confederação do equador, Revolta Praieira, Sabinada, Balaiada... não estou julgando os méritos, mas sim expondo, pra quem ignora isso, que houve luta armada por aqui. Quase todas reprimidas.

Bom, pelo menos o cenário (literário, até agora) está mudando. O mesmo selo tem outra história publicada chamada Branca dos Mortos e os 7 Zumbis (zumbis de novo! alguém tem uma tara por isso...) e livros clássicos da literatura brasileira estão sendo recontados:  "Dom Casmurro e os Discos Voadores", "Escrava Isaura e o Vampiro", "Memórias Desmortas de Brás Cubas", "Senhora, A Bruxa", "O Alienista Caçador de Mutantes".


Obrigado por ter me emprestado o livro, Igor!

quinta-feira, 7 de março de 2013

A história de Marianinha



Havia essa garota que odiava a banda Teatro Mágico. Bufava, como um búfalo, toda vez que algum engraçadinho CANTAROLAVA o abominado verso "ana e o mar... mar e ana...". Tão logo as pessoas perceberam isso, a canção se tornava uma constante nas reuniões de amigos.

Quando pequena, era mais amena. Escrevia pequenas historinhas cheias de lição de moral: "não bote o dedo na tomada", "olhe para os dois lados enquanto atravessa rua", "somente brinque depois que fizer o dever de casa", "não deixe sua mãe solteira namorar, senão ela não vai mais te amar". Filha única, precisava de toda a atenção que pudesse ser lhe dada.

Infelizmente o discernimento chegou cedo demais. O mundo não era preto-no-branco ou cor-de-rosa como seu quarto. Marianinha entrou numa onda de transgressões e de pequenos delitos. Era erva pra cá, álcool pracolá, furtos de carteira, sexo com seguranças de boate (ela não tinha direito a meia-entrada).

Adorava DOCES e seu maior medo era engravidar. Infelizmente, pra ela, "aconteceu". E aconteceu mesmo, porque se há uma coisa que se pode falar de Marianinha é que ela é paranoica precavida com estes assuntos. Nunca saberemos se a pilula era da farinha ou se a camisinha estourou. O circo estava armado!

Desiludida com este rumo INESPERADO e orgulhosa demais para pedir ajuda aos familiares próximos, a garota partiu para bem longe, onde o vento faz a curva, onde Judas perdeu as botas, para Eldorado, para Atlântida, para o fim do mundo. A gestação se passaria longe dos olhos reprovadores da sua sociedade.



Você vai dizer que é mentira, mas o avião de Marianinha acabou caindo num rio cheio de piranhas em meio a uma tempestade de raios. Todos os passageiros que sobreviveram a queda foram mastigados pelos peixes, menos Marianinha que tem o SANTO FORTE. O santo dela, no caso, era Tupã.

A menina acabou sendo recebida na tribo guarani-kaiowá e lá foi tratada como uma emissária dos céus: além de ter caído do mesmo, possui uma brancura característica na pele que iluminava e cegava aqueles que a olhavam.

(Durante o período que permaneceu na aldeia, os índios pediam sua ajuda para caçar animais a noite, dada a luminosidade da sua pessoa. Sua OCA era bastante espessa para evitar o bronzeamento).

Devido ao avançado estágio da gestação, não podia simplesmente voltar andando pra casa. Teria que ter a criança junto aqueles povos que ela considerava BÁRBAROS. Aos poucos, contudo, Marianinha foi se despindo (calma!) de todos os preconceitos (viu? mente suja) e imergiu naquela cultura. Sem TV e sem internet, meditou sobre a vida, o universo e tudo mais. Havia muitas perguntas, mas todas elas levavam a uma mesma resposta: 42. Percebeu que a filosofia não era muito sua praia, mas ainda assim adquiriu bastante conhecimento.

Mesmo sem os cuidados médicos que uma pessoa urbanizada espera, o Pajé fez o suficiente para que a criança nascesse bem. Marianinha deu a garota o nome de Alice, baseado naquela história infantil onde uma garota entrou numa toca de coelho e visitou locais bastante estranhos.

Sua convicção de não ser mãe permanecia irredutível. Era muita nova. Quem sabe depois? Marianinha pegou carona no primeiro bote com um, dois ou três indiozinhos (os registros da sua passagem pela aldeia são confusos) e acabou sendo feita em PICADINHOS por um animal - que tem o mesmo nome de um dançarino de um extinto grupo musical de axé - quando a embarcação virou.

De Alice só fiquei sabendo que teve seu nome mudada para Amana, cujo significado é "água que vem do céu".

quarta-feira, 6 de março de 2013

Abandone um livro


Existe uma "corrente" da "VIDA REAL" chamada "abandone um livro" (ou algo assim, não lembro ao certo ao nome) que consiste em abandonar um livro em algum local público para que outra pessoa encontre-o e leia-o. Essa pessoa deve fazer o mesmo com algum livro dela para a corrente ter continuidade.

Pois a imagem acima representa bem o que aconteceu comigo ontem na universidade. Avistei um livro num banco vazio do setor 2. Meu setor é o de humanas, onde as pessoas são cheias dessas invenções (no bom sentido). Onde as pessoas leem (teoricamente) e debatem (muitas vezes baseado no profundo achismo).

Enfim. Eu ia pegar o tal livro. Nem me recordo qual era o título dele. Só que antes resolvi BATER UMA FOTO. Claro, né. Pra mostrar a todos leitores como sou pedante e, também, para ilustrar esse post.

Fui impedido.

Quando estava ajeitando as configurações da câmera, um rapaz chegou todo ESBAFORIDO, mas com uma expressão de alivio. "Ufa!", consegui ler seus pensamentos. Percebi que ele não tinha esquecido propositalmente, mas sim acidentalmente.

Quase eu roubava um livro e ainda seria pego em flagrante.

terça-feira, 5 de março de 2013

A perda de um celular e suas implicações



[23:16:10] <Tchevstar> nao estou com condicoes psicologicas
[23:16:15] <Tchevstar> de ir atras disso
[23:16:17] <Tchevstar> feauhfieahfahuhfahufeae
[23:17:30] <kursch> vai perder todos os migués
[23:17:32] <kursch> ja nao entra no fb
[23:17:34] <kursch> e agora sem celular.
[23:17:56] <Tchevstar> fuiahifuaeifaehiufaeifeafaeea
[23:17:58] <Tchevstar> porra
[23:18:10] <Tchevstar> mas eu serei um astro do rock
[23:18:36] <kursch> ainda assim so vao te encontrar nos shows
[23:18:48] <kursch> lembre-se da infancia, dos tempos do gente sapeca
[23:18:55] <kursch> que a galera esquecia voce no colegio
[23:18:59] <kursch> nao fique sem celular!
[23:19:35] <Tchevstar> fehiufaefaeaefaefiaef
[23:19:40] <Tchevstar> feahaifeuhfahfaifahufhefheuhfea
[23:19:50] <kursch> antigamente a gente podia marcar
[23:19:52] <kursch> hora e lugar
[23:19:54] <kursch> com alguem
[23:19:56] <kursch> e a pessoa aparecia
[23:19:58] <kursch> hoje a gente marca
[23:20:00] <kursch> ninguem chega na hora
[23:20:03] <kursch> ninguem fica onde deve ficar
[23:20:05] <kursch> ninguém NADA
[23:20:06] <Tchevstar> faeuhfieauhuifeahifaheiuhfeaiuhfeahea eh
[23:20:07] <Tchevstar> eh
[23:20:12] <Tchevstar> ficou todo mundo irresponsavel
[23:20:14] <kursch> sao problemas SERIOS
[23:20:16] <kursch> é
[23:21:57] <Tchevstar> uhfeaiuafieuhifeafea
[23:22:17] <Tchevstar> ninguem deveria ser mais amigo de ninguem, pq ninguem leva mais amizade a serio neh
[23:22:19] <Tchevstar> feauhfeaiuhfaehfaeea
[23:22:26] <kursch> UAHUAHUAHUAHUAHUAHAUH
[23:22:29] <kursch> exatamente.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Histórias do Direito [1]



Na cadeia, Suzane virou pastora evangélica e se tornou amiga de Anna Carolina Jatobá, acusada da morte da enteada, a menina Isabella Nardoni. (Fonte)
Colei essa notícia e uma pessoa pública me contou a história abaixo. A frase em itálico foi a minha pergunta.

Como um advogado aceita defender gente assim? Não consigo me imaginar fazendo isso. Deixaria pro defensor público que tem essa OBRIGAÇÃO. 

Dinheiro. Tem gente que não tem pudor algum de nada. Quase chorei numa audiência contra uma empresa fornecedora de água. Gente que mora num bairro carente e há 20 anos não recebe água em casa. Que, quando recebe, só recebe na torneira que fica no chão, nunca na caixa.

A pessoa enche o tanque com baldes e toda manhã os vizinhos vão lá buscar água, porque na casa deles não chegou. Essa pessoa que consegue receber água vive na maior felicidade do mundo: "lá em casa é uma fartura, chega água todo dia!". Dá baldes pros outros, porque se um dia precisar, sabe que eles vão ajudá-la. E olhe que eles nem colaboram com a conta que chega a dar uns 100 reais por mês.

E quando a pessoa diz "fartura", significa não ter água em chuveiro, torneira da cozinha, nada... só no tanque. O advogado que defende a empresa falava das dificuldades da engenharia em fornecer.

EM ROMA, 3 MIL ANOS ATRÁS, BOTAVAM ÁGUA NAS 7 COLINAS E AGORA ELE DIZ "DIFICULDADES DE ENGENHARIA PORQUE É UM LOCAL ALTO". VAI TOMAR NO CU!

Os depoimentos foram bem mais "chocantes" que o advogado dos proprios autores esperavam. Ele havia pedido uma perícia pra avaliar quantos metros cubicos de água chegavam, etc. Explicaram que a água chegava como chegava e, ainda por cima, BARRENTA. Então foi solicitado uma perícia para avaliar a QUALIDADE da água também.

O advogado da empresta fornecedora virou SUPER SAIYAJIN. FICOU IRADO!

"É UM ABSURDO, UM IMPROPÉRIO! VOCÊ NÃO COLOCOU ISSO NA PETIÇÃO INICIAL! ESSA PERÍCIA NÃO PODE SER REALIZADA DE FORMA ALGUMA!"

Era uma ofensa, para ele, avaliar a qualidade da água.

A juíza disse que se ele quisesse ser juiz, fizesse o concurso, porque quem decidia se ia ou não fazer perícia era ela. Apesar disso, nada foi decidido na ocasião para evitar confusão. E foi mandado se fazer a perícia, incluindo a qualidade.

COMO É QUE ALGUÉM PODE DEFENDER A EMPRESA NESSA SITUAÇÃO?

domingo, 3 de março de 2013

Tenhikitumábain, deus asteca do riso



Layza
hmm
tenhikitumábain

kursch
caramba, doido
tu escreve fuderosamente

Layza
oq?

kursch
eu achei que era algum deus asteca.
ja estava procurando no google

Layza
KKKKKKKKKKKKKKKKK

kursch
"cultos a Tenhikitumábain"
"sacrificios para Tenhikitumábain"
"a importancia de Tenhikitumábain na sociedade asteca"

Layza
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

kursch
Sua pesquisa - tenhikitumábain - não encontrou nenhum documento correspondente.
daí reli e percebi a VERDADE.

Layza
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
AI ME GREEEEEEI

sábado, 2 de março de 2013

O conto do monstro sem nome (The Monster Without a Name / The Nameless Monster)


No anime Monster, que assisti lá pelo ano de 2006, relata-se, em determinada parte da história, a lavagem cerebral sofrida por crianças órfãs em orfanatos da Alemanha. Uma das formas era contando histórias. O personagem do anime chamado Franz Bonaparta criou várias dessas (The Big Eyed Man and the Big Mouthed Man, The God of Peace, e The Quiet Village por exemplo), misturando simbolismo e metáforas, onde o principal proposito era mostrar que a natureza humana tem a capacidade de se tornar boa ou ruim.


Em todo encerramento do anime é mostrado imagens de uma dessas histórias. Finalmente no episódio 37 ela é contada integralmente. Abaixo segue o vídeo e a transcrição do vídeo para quem tem preguiça de ler ou assistir.


Há muito tempo atrás, existia um monstro sem nome. O monstro queria tanto ter um nome que não aguentava mais. Então ele decidiu sair em uma jornada para encontrar um nome nome. Mas o mundo era um lugar grande que então, o monstro se dividiu em dois para cumprir a jornada.
Um foi para o leste e o outro para o oeste.

O monstro que foi para o Leste encontrou uma vila e havia um ferreiro na entrada da vila.
- "Senhor Ferreiro, por favor, me dê o seu nome."
- "Eu não posso lhe dar o meu nome"
- "Se você me der seu nome, eu vou entrar em seu estômago e faze-lo o homem mais forte do mundo em troca."
- "Verdade? Eu lhe dou o meu nome se você me tornar mais forte em troca"

E o monstro entrou no estômago do ferreiro.
O monstro se tornou Otto, o Ferreiro, e Otto era o mais forte da vila, mas um dia:

"Olhe pra mim, olhe pra mim. O monstro em mim cresceu tanto assim!"

Morde Morde,
Mastiga Mastiga,
Tritura Tritura,
Engole.

O monstro faminto comeu Otto de dentro pra fora e voltou a ser um monstro sem nome.
Mesmo assim ele entrou no estômago do sapateiro Hans mas:

Morde Morde,
Mastiga Mastiga,
Tritura Tritura,
Engole.

E ele voltou a ser um monstro sem nome.
Ainda assim ele entrou no estômago do caçador Thomas mas:

Morde Morde,
Mastiga Mastiga,
Tritura Tritura,
Engole.

E ele voltou a ser um monstro sem nome.
O monstro foi para o castelo em busca de um maravilhoso nome.
Dentro do castelo existia um garoto muito doente.
- "Eu te farei saudável se você me der o seu nome"
- "Eu lhe darei meu nome se você curar minha doença e me fazer ficar mais forte"

O monstro entrou no garoto.
O garoto se tornou saudável.
O rei estava impressionado.
- "O principe está bem! O principe está bem!"

O monstro ficou satisfeito com o nome do garoto e também ficou satisfeito com a vida no castelo.
Por esse motivo ele suportava mesmo quando ficava com fome. Todo dia, mesmo quando seu estômago ficava vazio, ele suportava.
Mas, devido ao fato dele ter ficado com muita fome:

"Olhe pra mim, olhe pra mim. O monstro em mim cresceu tanto assim!"

O garoto comeu seu pai, os servos e todos mundo.

Morde Morde,
Mastiga Mastiga,
Tritura Tritura,
Engole.

Por que não havia mais ninguém, o garoto saiu em uma jornada e comeu todos que encontrou em seu caminho, até não encontrar mais ninguém.

Morde Morde,
Mastiga Mastiga,
Tritura Tritura,
Engole.

Ele andou e andou por dias. Um dia, o garoto encontrou o monstro que foi para o Oeste.
- "Eu tenho um nome. Eu tenho um nome maravilhoso."
E então o monstro que foi para o Oeste disse:
- "Eu não preciso de um nome. Eu estou feliz mesmo não tendo nome. Porque nós somos monstros sem nome."
O garoto comeu o monstro que foi para Oeste.

Morde Morde,
Mastiga Mastiga,
Tritura Tritura,
Engole.

Apesar de ter um nome não restou ninguém para chama-lo pelo nome.
Johan.
É um nome maravilhoso.