Made in Abyss

Desenho japonês.
Episódios 13, Verão de 2017, Kinema Citrus. Sci-Fi, Aventura, Mistério, Drama, Fantasia.
Crianças são frágeis. Elas precisam ser protegidas. Em Made in Abyss elas querem entrar dentro de um buraco enorme, o abismo do título do anime, para descobrir o que tem lá, a despeito de todos as contra-indicações e efeitos colaterais que possa causar.

Riko é a criança protagonista dessa história e é filha de Lyza, uma das maiores exploradoras do abismo e atualmente desaparecida no mesmo. Riko almeja encontrar sua mãe e com a ajuda de Regu, um criatura que se assemelha a um humano, mas com partes mecânicas, irão embarcar nessa jornada.


Este é um anime que somos enganados pela aparência fofinha e infantil das crianças. Na prática temos uma história bastante adulta, no qual a recomendação de censura é restrita a pessoas com mais de 17 anos, por conter violência e profanidade. Pra você ter uma ideia, Cavaleiros do Zodíaco é recomendável para jovens a partir dos 13.

O que chama atenção na série é a verossimilhança e fidelidade como as coisas acontecem. Para descer o abismo em busca da mãe, Riko não apenas desce. Ela se prepara: comida, remédios, roupas, armas, mapas, livros. Tudo faz parte da sua checklist. Mesmo tendo apenas 11 anos, ela é madura o suficiente para saber o que fazer, e inocente demais para achar que consegue.


Outro ponto forte é a trilha sonora, seja a opening maravilhosa, Deep in Abyss,com uma letra que evoca a jornada dos humanos ao abismo, seja pelas músicas que tocam durante os episódios, com destaque para Hanezeve Caradhina, que é uma canção desenvolvida para se parecer com músicas que poderiam ter sido criadas pelas pessoas que moram a beira do abismo, inclusive com um idioma próprio.

Duas coisas que o anime me fez rememorar foram: Tengen Toppa Gurren Lagann, um desenho japonês no qual as pessoas já vivem debaixo da terra e algumas delas tem o espirito de inconformação, de que viver assim não é suficiente, não basta, é preciso sair dessa situação rumo a terra banhada pelo sol. A outra foram os jogos de Fumito Ueda (Shadow of The Colossus, Ico, The Last Guardian), pela forma como somos jogados em um mundo onde sabemos pouquíssimo ou nada e a medida que o exploramos e temos respostas, mais mistérios surgem, uma sensação de que tudo ainda está incompleto e nunca será concluído (digo isso de uma maneira positiva).


Os desafios que os personagens enfrentam ao longo dos treze episódios amadurecem os personagens ao longo da sua jornada para dentro do abismo, um mundo riquíssimo de fauna, flora e muitos mistérios que talvez nunca sejam desvendados. Made in Abyss é um anime que merece ser assistido pelo desenvolvimento progressivo que essa história é apresentada. Nota 10.

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