quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A história de Julhinho [1]

Atenção: essa historia conterá, em algum momento, maniqueísmo. Em compensação, não terá nenhum elemento de verdade. É TUDO FICÇÃO!


Era uma vez um garoto chamado Julhinho. Ate os 18 anos sua vida era tao ordinária quanto Carla Perez. Fez todas as coisas comuns para meninos de sua idade, com um ligeiro desvio-padrão para atividades que envolvessem destruir, queimar e desmontar (e tentar montar) coisas.

Certa vez desmontou uma fita VHS achando que poderia ver as imagens das pessoas tal como numa maquina fotográfica analógica (não é do seu tempo! E naquela época era apenas chamada de "maquina fotográfica ). Com o insucesso de sua tarefa, acabou montando ardilosas armadilhas pela casa com os rolos da fita, mas sua atividade não foi muito longe. Sua tia logo acabou com a brincadeira.

Julhinho nunca soube muito bem manusear um isqueiro, apesar de todos da sua casa serem fumantes (ele, claro, não era). Com os fósforos era diferente: adorava-os. Tocava fogo em tudo que era inflamável  Papel principalmente. Focava seu pequeno ódio pelos professores do colégio queimando livros e atividades referentes a matéria  Dos que gostava, apenas jogava no lixo. Um lixo comum, diga-se, porque naqueles tempos a reciclagem ainda não estava em voga.

Boa parte dos seus brinquedos funcionavam com pilhas. Sua família não tinha descoberto os prazeres das recarregáveis (que existiam!), então a brincadeira era limitada a duração da bateria. Não é a toa que são os brinquedos que persistem ate hoje na vida de Julhinho: mal os tocava.

Gostava mesmo era de criar historias. Era, sem saber, uma das muitas crianças que brincavam de praticar "crossovers". Explico: misturar bonequinhos de series diferentes em um cenário contemporâneo.  Não foram poucos os confrontos entre Topo Gigio e Robocop ou o Gnomo de sua tia contra Seiya de Pegasus. Sua predileção pela destruição fazia com que não houvesse vencedores nas batalhas. Todos acabavam mortos e, muito provavelmente, mutilados.

Ate onde quero contar, foi assim que viveu a sua infância, a parte mais divertida de sua história. Usando o recurso literário conhecido como "salto cronológico ' que significa adiantar muuuuuuuuuuuito a história para um outro ponto relevante, desconsiderando ou omitindo eventos, temporariamente ou não, chegamos aos 18 anos de Julhinho.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Água para Elefantes (Water for Elephants)

Imagine o filme Titanic. Tire o transatlântico e bote um circo. Remova um pouco da tristeza final. Mantenha um desastre grandes proporções. Insira animais. É mais ou menos isso "Água para elefantes". O que torna-o, sim, um bom filme!


Como em Titanic, a história é contada em formato de flashback. O velhinho aí de cima chama-se Jacob Jankuswoski e é o narrador da história.

Jacob JOVEM, interpretado por EDUARDO DO FILME CREPÚSCULO, é um dos sobreviventes a tragédia do circo dos irmãos Benzini. A história ocorre no período pós crise de 1929 nos EUA. A lei seca estava em vigor, havia dificuldades em arranjar emprego, essas coisas. Jacob, QUE ERA O NOME DO ANTAGONISTA DE EDUARDO EM CREPÚSCULO, é descendente de poloneses e seus pais fizeram o possível para que o mesmo tivesse uma formação acadêmica. Só que no dia da prova que daria o diploma, Jacob é retirado de sala e informado que seus pais sofrerem um acidente de carro.

Jacob acaba ficando ciente que todo o esforço realizado em seu beneficio foi bastante custoso. Seus pais hipotecaram todos os bens, suas dividas são enormes e o banco acaba ficando com tudo. Falido e sem poder realizar a prova da faculdade de veterinária, Jacob acaba por vagar a esmo pelo mundo até chegar numa linha de trem. E o trem tá passando. Como qualquer pessoa NORMAL faria, Jacob corre lado-a-lado com o trem e pula para dentro de um dos vagões. Em busca de uma nova vida.


Eis que então as aventuras de EDUARDO DE CREPÚSCULO começam. O vagão que ele esteva (e acho que até o próprio trem, sei lá), eram dos irmãos Benzini. Lá Jacob vai aprontar várias confusões com uma turminha animal: será o AMIGO FURA OLHO de August, o dono do circo, dando em cima LIKE A MINEIRINHO da sua esposa, Bella Marlena; limpará os estercos e dará de comer aos animais; conhecerá as NUANCES dos golpes praticados no picadeiro; e cuidará de uma elefante chamada ROSIE (viu? quase ROSE do Titanic).

E daí a história vai seguindo.


O filme toca em pontos importantes: a importância dos animais para o circo. Fonte de renda e espetáculos, os animais não possuem os melhores tratamentos. São exigidos até o fim de suas vidas. Sacrificar um cavalo por ter a perna machucada? Nem pensar. Deixa quebrar primeiro!

Em contraponto a isso, os humanos não estão em melhores condições. A comida sempre vai primeiramente para os animais e não para os homens. O público anseia por ver as feras. Não tem essa pirotecnia do CIRQUE DU SOLEIL. Os homens são, em geral, ferramentas. As grandes atrações são os animais.

Diz-se, no filme, que era comum os circos falirem e um novo engolir um antigo. No período que se passa a história, o circo é o entretenimento das massas. Um local onde podem esquecer, momentaneamente, das mazelas.

As pessoas que se integram ao circo são os dejetos da sociedade. Os marginalizados. Os que não tem para onde ir. Vão ao circo porque não há vida no mundo lá fora. O circo é o lar deles.


Como sabemos que uma tragédia acontecerá, dada as palavras do narrador no começo da história, foi nessa expectativa que vi o filme: de como os fatos se desenrolarão até que ocorra o que quer que tenha para acontecer. E achei a história muito bem contada. Deixem de lado o preconceito com o ator que fez o vampiro mais CONTROVERSO do cinema e assistam. Será uma experiência interessante.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Conquist II Lite Edition


Conquist II Lite Edition é um mais um joguinho para TABLET grátis que entrete-me quando não há nada para fazer. Lembra daquele antigo jogo de tabuleiro chamado War, onde muitas amizades acabaram quando você resolveu atacar o Alaska diretamente de Vladivostok? É a mesma coisa.

(O nome original do jogo WAR é RISK, mas na primeira vez que chegou ao Brasil, resolveram mudar de nome. Não faz muito sentido, né? Trocar um nome em inglês por outro. Agora não existe mais WAR nas lojas de brinquedo, só RISK. Acho que resolveram UNIVERSALIZAR o nome original. Divago).


Essa é a tela inicial do jogo. Permite jogar com os MIGUXOS ou FOREVER ALONISMO. Não testei a opção de multiplayer, então minhas experiências se baseiam unicamente no single player.


Essa é a tela seguinte. Você escolhe a sua cor (sou sempre os amarelos) e define contra quantos BOTS irá jogar. Sempre boto seis.


É possível configurar também as regras do jogo. Com quantos dados a defesa irá jogar, quantos exércitos podem se locomover após conquistar um território, o modo pelo qual as trocas de cartas serão feitas e o nível de dificuldade do jogo. NÃO BOTE HARD. É difícil mesmo. É como se TODAS AS PEÇAS RESOLVESSEM TE ANIQUILAR DO JOGO ao invés de impedir que o adversário mais forte (que nunca sou eu) conquiste mais e mais territórios.

O objetivo do jogo é sempre o mesmo. CONQUISTAR O MUNDO. Não há objetivos específicos: nada de América do Norte e África, Asia e América do Sul, 24 territórios... é sempre o mundo! Dê vazão aos seus sentimentos de totalitarismo.


É um ótimo passatempo pra quem gosta de War/Risk. Recomendo!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Porque toda mulher solteira tem gato



Gatos. Conspirando para dominarem o mundo desde sempre. (Dica de Rovane).

Durarara!!



Durarara!! é a história de três amigos (Kida, Mikado e Ahri), onde vamos descobrindo aos poucos o passado de cada um e o inicio de seu relacionamento; Durarara também é a história da lenda urbana do motoqueiro sem cabeça; Além disso, é a história de Shizuo, o homem mais forte da cidade; Sem falar que também é a história de Shinra, um médico clandestino. Ah, não podemos esquecer da abertura!

Numa abertura que nomeia 14 personagens principais, com uma música animada... epa, onde já vi isso? Não pode ser coincidência. Não é. O autor de Baccano!, também é o mesmo autor de Durarara!!. Repare que se você já assistiu Baccano!, então a mesma forma de contar a história está presente em Durarara!!. Flashbacks, idas-e-vindas, muito pouco de ordem cronológica.


Assim como Baccano!, o que chama atenção em Durarara!! são os mistérios sendo apresentados e resolvidos. Particularmente achei Durarara!! superior, porque no fim, NO FIM MESMO, a história possui um desfecho e todas aquelas tramas iniciais tinham sentido. Em Baccano! não aconteceu esse "gran finale", mas vários pequenos finais que, sim, foram legais, mas não deram a mim aquela sensação de conclusão.

Ponto alto da história são as reflexões. As introspecções que os personagens fazem, se questionando sobre a vida, relacionamentos, amizades, dor, motivações, certo e errado, são coisas que nos fazem pensar. Repare nos diálogos dos personagens quando assistir!


A trilha sonora que marca cada episódio dita bem o ritmo da história. Ora músicas felizes e empolgantes, ora músicas sombrias e misteriosas.


Os paragrafos a seguiter contem spoilers. O primeiro é um bem pequeno, dizendo QUEM SÃO os Dólares, mas não quem os criou. A segunda parte dos spoilers são, na verdade, meus comentários e perguntas acerca  do anime. Se você já assistiu, vale a pena ler! Mas se não quiser ler, pule para o </SPOILER> no texto (é onde termina o spoiler).

A sacada mais legal de Durarara!! são os Dólares  Como não relacioná-los com os Anonymous da vida real, o grupo da internet que organiza e realiza várias ações no mundo virtual e real?

E quem são os Dólares? No episódio 11 vemos que quase todo mundo são os Dólares  Os Dólares não tem regras ou limitações. São invisíveis. São qualquer um e ao mesmo tempo não são ninguém. Não há estrutura hierárquica.

Os Dólares  assim como qualquer organização sem liderança (existe isso?), tem pessoas motivadas a fazer o bem, bem como possui suas maçãs podres. Quando o líder dos Dólares começa a ver o maleficio que seu grupo está realizando, dá uma sugestão: "vamos mudar a opinião pública sobre esses que fazem ações ruins entitulando-se Dólares  vamos fazer coisas boas". E no dia seguinte, muros pichados estão limpos, o lixo das ruas está recolhido... pequenas ações que fazem a diferença.


O mais importante é isso. Perceber esse sentimento de "pertencimento coletivo" do qual as pessoas que fazem parte dos Dólares tem. Essa capacidade de agir e mudar somente por pertencer a um grupo. E ver que é possível fazer um grupo virtual repercutir no mundo real.

O PULO DO GATO é que quase ninguém se afirma como um dos Dólares. Ou seja, eu ou você podemos fazer parte do grupo, mas não sequer sabemos disso. É aquela coisa de sociedade secreta, sabe? De exclusividade mesmo. Se alguém saísse berrando na internet "somos todos humanos, vamos fazer alguma boa ação", provavelmente quase ninguém se levantaria para ajudar com o mesmo afinco do que se pertencesse a um grupo mais seleto.


</FIM DO SPOILER SOBRE OS DÓLARES><INICIO DOS COMENTÁRIOS SOBRE O "FINAL" DO ANIME>

O grande problema, pra mim, foi o arco final. A briga entre os Lenços Amarelos e os Doláres. Faltou uma motivação decente para criar o pânico. Os Lenços justificavam que os Doláres os tinham provocado. Isso NUNCA aconteceu. Um argumento totalmente furado. Os Lenços são apenas uma gangue mequetrefe cheia de valentões e só. Não possuem dinheiro, não tem armas ou sequer influência sobre políticos/governo. Só querem criar o caos por criar. O autor bem que poderia ter caprichado em dar uma motivação mais concreta.

Ficamos também sem saber quem é Izaya. Sim, é um semeador da discórdia, mas é humano? E a figura misteriosa de Simon? É somente um vendedor de sushis? Tenho essa hipotese de que Izaya seria uma espécie de demônio que provoca intrigas nos habitantes de Ikebukuro. Simon seria alguma outra criatura que é responsável por guardar a ordem da cidade, mas sem interferir diretamente. Por isso que o único que conseguiu atacar e ferir Izaya foi Simon, no último episódio.

E para onde foi a cabeça de Selty? (na primeira abertura está grafado Selty e na segunda Celty, por que?)

</PODE CONTINUAR A LER DAQUI>

Entendi a história de Durarara!! como dividida em diversos arcos. De inicio temos o arco do motoqueiro sem cabeça, depois o do homem mais forte da cidade, do retalhador, dos lenços amarelos... sabe quando uma história poderia prosseguir por tempo indeterminado contando outras pequenas histórias? Isso seria perfeitamente possível em Durarara!!. E sem cansar o espectador!

Durarara!!, por enquanto, merece uma nota 8. Faltou MUITA coisa ser explicada sobre certos personagens, mas é que, segundo LESNYAK, a história do anime foi corresponde a apenas três volumes da LIGHT NOVEL. Tendo em vista que a publicação já passou dos 10 volumes, aquele sonho da série continuar por um bom tempo se mantem vivo!

Tomara que a segunda temporada saia logo. A primeira é possível baixar no MDAN.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Preciso avisar a todos que gozei


[02:50:55] <@Tchevas> no facebok
[02:50:56] <@Tchevas> FULANA DE TAL
[02:50:57] <@Tchevas> Resumo da noite: P E R F E I T A, continuo continuo com enxaqueca :/, mas tô F E L I Z!!! Rsrsrs boa madruga a todos!!! #noitemaravilhosacommeuamor
[02:51:00] <@Tchevas> feauhafafhehafefae
[02:51:09] <+kursch> quem é essa?
[02:51:10] <@Tchevas> pra que esse post neh?
[02:51:17] <@Tchevas> soh pra dizer que transou e gozou?
[02:51:19] <@Tchevas> feauhfaieuhfahuafe
[02:51:23] <@Uengas> ahieuhaiueahiueahiuehaiuehaiuehaiuehaiueah
[02:51:25] <@Uengas> ahieuahieuahieuahiuhaiiuehaiuehae
[02:51:26] <@Tchevas> eh casada ja
[02:51:33] <@Tchevas> acho que ela nunca deve ter gozado
[02:51:44] <@Uengas> ahiuehaieuhaiuehaiheaiu
[02:51:47] <+kursch> HAUHAUHAUHAUAHUAH
[02:52:05] <@Tchevas> esse tipo de post entrega tudo

Namoro quântico

Em uma conversa ATÍPICA com Danilo, Jullymara e Túlio, falávamos sobre física. Por alguma razão bizarra pensava sobre como as coisas eram pequenas e como os cientistas conseguiam descobrir mais e mais divisões de algo ÍNFIMO. Me refiro ao átomo.


Eu não lembrava em como o átomo era dividido. Eles me esclareceram que, atualmente, era elétrons  prótons e nêutrons, mas havia mais: prótons e nêutrons eram compostos de quarks!

O assunto voltou aos elétrons. Fomos discutir o principio da incerteza de Heisenberg que diz, a grosso modo, que é impreciso fazer medições simultâneas em dois objetos iguais. Vou colar o exemplo análogo da Wikipedia, este grande repositório de conhecimento.
Para se descobrir a posição de uma bola de plástico dentro de um quarto escuro, podemos emitir algum tipo de radiação e deduzir a posição da bola através das ondas que "batem" na bola e voltam. Se quisermos calcular a velocidade de um automóvel, podemos fazer com que ele atravesse dois feixes de luz, e calcular o tempo que ele levou entre um feixe e outro. Nem radiação nem a luz conseguem interferir de modo significativo na posição da bola, nem alterar a velocidade do automóvel. Mas podem interferir muito tanto na posição quanto na velocidade de um elétron, pois aí a diferença de tamanho entre o fóton de luz e o elétron é pequena. Seria, mais ou menos, como fazer o automóvel ter de atravessar dois troncos de árvores (o que certamente alteraria sua velocidade), ou jogar água dentro do quarto escuro, para deduzir a localização da bola através das pequenas ondas que baterão no objeto e voltarão; mas a água pode empurrar a bola mais para a frente, alterando sua posição. Desta forma torna-se impossível determinar a localização real desta bola pois a própria determinação mudará a sua posição. Apesar disto, a sua nova posição pode ser ainda deduzida, calculando o quanto a bola seria empurrada sabendo a força das ondas obtendo-se uma posição provável da bola e sendo provável que a bola esteja localizada dentro daquela área.
Ou seja: não dava para prever nada com certeza.

Pulamos então para o assunto sobre comportamento dos elétrons. Que pode se comportar tanto como ONDA como por PARTÍCULA (conhecida como dualidade onde-partícula)



E aí veio o grande PULO DO GATO, O FIO DA MEADA, A PRESENÇA DE ESPÍRITO: a analogia com os RELACIONAMENTOS. Tudo contido na seguinte pergunta: como as pessoas com que você se relaciona agem quando não estão na sua presença? será do mesmo modo? será que não?

A isso chamamos de NAMORO QUÂNTICO, mas pode ser amizade quântica, ou qualquer coisa quântico.


E é isso. Tudo é "Namoro Quântico".

Pra finalizar, fique com este link curioso que mostra as escalas de tamanho e distância de tudo que há no planeta Terra e fora dele. Dá pra comparar o tamanho de uma MITOCÔNDRIA com um fio de cabelo ou a distância do SOL até ANTARES. Clique! Sério!

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Cândido ou O Otimismo



Pela apresentação do livro, parece que Voltaire escreveu essa historinha só para se opor a um RAPAZOTE chamado Leibniz. Aparentemente Leibniz acreditava que o mundo em que vivemos era o mais perfeito possível, tudo ia bem até quando ia mal, nada podia ficar melhor do que já estava. Um otimista, por assim. dizer.

Voltaire, apesar de não ser pobrezinho, teve uns percalços na vida, indo até parar na prisão. Não concordava em nada com essas ideias de Leibniz.

Como não havia internet nessa época, então não tinha como Voltaire dar DISLIKE ou deixar de acompanhar o feed de notícias de Leibniz. O que fez então? UM LIVRO. Nada mais natural, né? Escrever todo um livro para mostrar que o outro estava errado. A obra versa sobre as DESVENTURAS de um rapaz chamado Cândido (Candinho), um personagem análogo a Leibniz (otimista, etc).


Vamos ao livro então. São 30 capítulos em pouco mais de 70 páginas. Ótimo para fichamentos! Mas não é esse o caso. CANDINHO morava no castelo de um barão. Havia no castelo uma moça formosa, de nome Conegundes, irmã do Barão. No castelo ainda morava uma espécie de conselheiro, chamado Pangloss, que ensinava as pessoas que lá viviam que tudo era bom, tudo era ótimo, blá blá blá, whiskas sachê.

Mas aí Cunegundes resolveu dar uns pegas em Candinho e a situação se deteriorou. Pego NO FLAGRA pelo barão, foi expulso do castelo a pontapés e sua vida ITINERANTE começou.

Sabe aquele rapaz, aquele da bíblia, que só queria fazer o bem, que todo mundo se amasse, cheio de boas intenções e que só se fodeu por causa disso? Pois esse é um ótimo paralelo com Candinho. Exceto que o rapaz da bíblia ressuscitou, enquanto Cândido continuou sofrendo.


Um resumo dos INSUCESSOS de Candinho: perdeu a mulher amada; foi recrutado a força e espancado dentro do exército; pediu esmolas nas ruas; passou por um naufrágio e um terremoto; foi açoitado pela igreja... CHEGA!

O livro não se trata apenas das coisas ruins que se sucederam a Cândido.

Trata-se também das coisas ruins que se sucederam a sua mulher amada (Cunegundes), ao conselheiro (Pangloss), a empregada de Cunegundes (A Velha), ao irmão de Cunegundes (O Barão)... (as reticências é porque há mais gente). Cada um contando uma história mais triste que a outra. Como se fosse uma competição de quem sofreu as piores mazelas da vida.

Mas e aí? QUEM GANHOU? Ninguém. É uma série de insucessos!

O que mais chama atenção de quem lê (bem, chamou a minha) é comparar o Cândido do começo do livro com o Cândido do final. Pra saber se houve uma transformação, para saber se a maneira de encarar o mundo foi modificado.

Mas pra saber de TUDO que ocorreu com Cândido, só lendo. O livro pode ser baixado no site do Domínio Público. Vai lá!


P.S.: Cândido talvez só perca em tristezas para os IRMÃOS BAUDELAIRE, mas isso é assunto para outro post.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Frases dos últimos tempos [8]

Voltando a atualizar esta parte do blog. Sempre vejo umas frases interessantes por aí, mas as vezes não sei como (ou não quero) desenvolver um post a partir delas. Porem elas continuam salvas no bloco de notas. O que fazer? Ora, compilá-las e postar aqui.


"O verão sem você é frio como o inverno. O inverno sem você é mais frio ainda" (Desventuras em série)

"Quem pede não escolhe" (Não lembro);

"A sabedoria impede a audácia" (O Nome do Vento);

"Que o líder não duvide, em qualquer momento, da capacidade das pessoas a qual está liderando de compreenderem o que ele está sonhando" (Em alguma palestra do TED);

"Deus é uma armadilha, a resposta quando não sabemos da resposta" (Não lembro);

"Ninguém acusa o outro de fazer faz pacto com jesus, só com o diabo" (Em algum Nerdcast);

"Eu quero brincar de medico com você." (Craig, em "Se Enlouquecer, Não se apaixone").

"Essa é a lógica conservadora: submeter os direitos das minorias aos votos da maioria" (Guest post aqui)

Na próxima anotarei bem direitinho quem falou o que e onde.

Colei pornografia no chat, e agora?

Aconteceu agora pouco, no #Action da irc.rizon.net...


[01:40:39] [&Matheus] https://www.facebook.com/photo.php?v=10200737028132101&set=vb.1353976020&type=2&theater
[01:42:22] [&Skuba] carayo caras
[01:42:30] [&Skuba] eu nunca copio link de porn
[01:42:34] [&Skuba] acabei copiando
[01:42:39] [&Skuba] tava falando com uma guria
[01:42:45] [&Skuba] fui colocar um link de musica
[01:42:55] [&Skuba] colei um douple penetration dildo
[01:43:05] [&Skuba] como proceder
[01:43:07] [&Matheus] Skuba #vdm em
[01:43:09] [&kursch] UAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHAUHAUHAUHAUHA
[01:43:11] [&Skuba] na minha vida?
[01:43:20] [&kursch] Skuba 'eita, link errado'
[01:43:24] [&Skuba] uahihoasudhas
[01:43:27] [&Skuba] eu fiquei sem reação
[01:43:31] [&Skuba] e fingi q era normal
[01:43:33] [&kursch] mas eu to rindo do video
[01:43:35] [&kursch] que o Matheus colou
[01:43:36] [&Skuba] falei
[01:43:43] [&Skuba] porn
[01:43:49] [&Skuba] e mandei o link certo depois
[01:43:59] [&Skuba] ela riu e perguntou se eu tava vendo porn
[01:44:00] [&Matheus] Skuba foi no face? Sei lá, diz que algum amigo seu tem a senha e te trollou
[01:44:13] [&Skuba] foi em tempo real
[01:44:18] [&Skuba] no skype
[01:44:31] [&Skuba] .quote search jesus
[01:44:31] [%Quotes] [Quote] #155 added by Boogiepop 3 years 4 weeks 6 days 2 hours 3 minutes 32 seconds ago.
[01:44:31] [%Quotes] [Quote] [&KyoreX] Não preciso de prazer sexual, eu me contento rezando para jesus todos os dias.
[01:44:36] [&Matheus] Bah, fala a verdade então
[01:44:36] [&Skuba] essa frase sempre me salva

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Zashiki Onna

Zashiki Onna é um mangá do gênero terror, possuindo onze capítulos e vendido em formato de volume único.


Imagine que você tá lá no seu apartamento pequenino, quarto-e-sala, e ouve uma batida INCESSANTE na porta vizinha. Por curiosidade (o maior erro da histórias de terror), você resolve dar uma ESPIADINHA. É uma mulher. Ela é alta, está molhada e carrega uma mala. Procura pelo vizinho, mas parece que não há ninguém em casa.


Ela pede para usar o seu telefone. Você deixa. Ela começa a te importunar e esquece, propositalmente, a mala dela em sua casa. Depois começa a ligar para a sua casa e no seu colégio. Uma verdadeira STALKER. Tudo para reaver a mala. Você acaba ficando de saco cheio, diz onde a chave da casa está escondida (quem no mundo faz isso com um desconhecido?) para ela pegar a mala e o que a garota faz? Ela COPIA a chave da sua casa para entrar quando quisesse.

E é aí que o bicho pega.


Quem é essa mulher? Por que ela estava atrás do vizinho do protagonista? Por que mudou de "alvo"? O que ela pretende? O que o protagonista deve fazer para evitá-la? Ele conseguirá?

Como falei de inicio, são 11 capítulos, é uma leitura rápida, apenas 200 e poucas páginas. Encontrei para download no Chrono Scanlator. Pra quem gosta de histórias de terror, como eu, vale a pena. Nada que vá mudar sua vida, mas serve de entretenimento.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Se enlouquecer, não se apaixone (It's Kind of a Funny Story)

Assisti esse filme enquanto ZAPEAVA nos canais da tv a cabo. Pelas propagandas que o canal mostrava, dava a impressão de ser uma comédia romântica ambientada num hospital.

Me enganaram. Era um drama!


Ok, talvez, tivesse um pouco de comedia, mas o tema era sério. Depressão e vontade de se matar.

A história é sobre Craig. Um garoto aparentemente comum, mas que tem um problema de depressão que o leva a ter tendencias suicidas. Sabendo disso, o mesmo procura ajuda em um hospital. O que é uma ótima ideia!

(Será que é comum isso na vida real? Procurar ajuda?)

Craig é apaixonado pela namorada (Nia) do seu amigo (Aaron). Esse é um dos motivos da depressão, mas há outros. A pressão dos pais em relação aos estudos, uma irmã mais nova CDF...


Craig é admitido no hospital e alocado na ala de psiquiatria, junto a pessoas (adolescentes e adultos) em diversos tipos de situação mental. Quando ele percebe que o pessoal tem problemas piores que o dele, já quer DAR NO PÉ, mas os pais deixam a decisão a critério dos médicos e estes acreditam que o ideal é esperar cinco dias, no mínimo, para terem uma avaliação completa do paciente. A história do filme ocorre durante esses dias.

Aos poucos Craig vai conhecendo esses outros pacientes, interagindo principalmente com a gatinha (Noelle) e o barbudo (Bobby). Noelle, aparentemente, se cortava muito, dada as marcas em seus braços. De Bobby nada sabemos, além de que ele tem um filhinha chamada Veronica e problemas com a mãe da mesma. As vezes Bobby acredita que sua presença não é necessária na vida de sua filha.


Rolam vários questionamentos e ideias interessantes no filme. Um deles: alguém julgar que depressão não é doença, é "só tristeza". Ou dizer que não é doença. Por exemplo: no começo do filme não dá pra saber se o garoto só quer atenção ou está deprimido. Mas como eu, um leigo, saberia? Talvez seja essa a sensação de que o filme queira passar. De alguém que só quer chamar atenção das pessoas ao redor. Vale ressaltar que Craig já tomava remédios antidepressivos (Zoloft) antes de procurar ajuda.

Outro ponto do filme é que as pessoas podem aparentar estar bem, mas isso são só... aparências! Diferente de um acidente onde você quebra o braço, é impossível dizer, só de olhar, como alguém se sente de verdade quando tem problemas psiquiátricos  Algumas pessoas não conseguem extravasar suas emoções e guardam-nas todas até que, cedo ou tarde, explodem.


Outra coisa interessante é aquela comparação esdrúxula que diz algo como "você não deveria estar deprimido por isso, há tantas pessoas em situações piores que as suas". Como se alguém pudesse ser o INMETRO da sua vida, como se só porque outros estão em estados lamentáveis, você não deva se sentir mal.

Sendo assim, de certa forma o hospital serve como um isolamento do mundo. Sem problemas exteriores, sem interferências externas, onde o paciente pode fazer introspecção e pensar sobre a vida sem distrações dos problemas mundanos.


Como deu pra perceber, há várias coisas que podem ser extraídas e discutidas do filme. Acho que foi por isso que gostei (sim, inclui na minha lista). Ah, tem a trilha sonora, né? A parte boa foi tentar lembrar que música instrumental famosa estava sendo tocada em determinada cena. Cantei mentalmente até chegar no refrão e descobrir que era WHERE IS MY MIND?. 



P.S: Por algum motivo tive a sensação de que o Bobby poderia fazer parte da imaginação do Craig. Mas passou.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Level E

(Este anime é do mesmo criador de YU YU HAKUSHO e HUNTER x HUNTER. Já sabe que vem coisa boa por aí, né?)


Nesse exato instante, há milhares de alienígenas entrando e saindo, levando uma vida tranquila na Terra.
Especies pacificas, especies agressivas, alienígenas de todos os tipos coexistem conosco, mantendo um intrincado equilíbrio e os únicos que não percebem... são os humanos!

Com essa introdução ao longo dos, apenas, 13 episódios, compreendemos do que Level E trata. ALIENS!!!


Uma nave espacial sofre um acidente e cai em nosso planeta. Com o impacto, um dos aliens começa a sofrer perda de memória recente e acaba indo morar na casa de um jogador de beisebol do colegial. A relação dos dois é um dos pontos altos do anime: MUITO engraçada!


O alien quer voltar pra casa, mas o governo vai ser um empecilho, afinal a nave está sendo monitorada. Os amigos do alien desmemoriado, que foram parar em outro lugar após a queda, também o estão procurando. E AGORA? Quem vai encontrar quem primeiro?

O anime faz muitas referências a cultura popular. Algo no estilo School Rumble. Reconhece essa abaixo?


Ao fim do segundo episodio descobrimos que o alien na verdade é um príncipe que está indo para uma conferencia interplanetária para evitar uma guerra. Só que em sua curta estadia na Terra acabou agredindo um humano que estava BULINANDO uma moça. Infelizmente o agredido não era humano, mas sim um ser pertencente a uma raça alienígena famosa por guerrear. Agora, pra piorar a situação, o COITADO do príncipe será perseguido pelos coleguinhas da raça enquanto tenta voltar para a nave.


E assim segue a história, cheia de comédia. INFELIZMENTE foram apenas 13 episódios. Devia ter mais. É uma comédia muito boa.

Aprendi uma coisa com este anime. Chama-se TANATOSE.
Tanatose é a capacidade do animal de se fingir de morto para afastar predadores. (...) Um animal que se destaca por essa capacidade é o gambá. Ele fica imóvel e exala um cheiro ruim, afastando seus predadores.

É possível baixar a série completa em torrent no site da Mansão dos Animes (MDAN). Recomendo!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A trilha sonora de nossas vidas



Sempre me pergunto perguntavapor que certas coisas nos marcam e outras não? uma musica, um filme, uma pessoa, um momento, um livro, um amigo... o que alguma coisa tem que os outros não?

Bem, não importa as suas conclusões, a que cheguei é a seguinte: é o contexto. As coisas só tem valor quando estão situadas na data, hora, local e situação correta.

Digo isso porque sempre que meu aniversário se aproxima, lembro de uma musica. É de um desenho da Disney, Tarzan, cantada em português por Ed Motta.

Quando era mais novo, 2002 ainda, passava quase todos os finais de semana na internet, no IRC (alguns chamam de mIRC). Fiz muitos amigos durante essa época que ainda o são ate hoje. A BRASnet, a rede que as pessoas conectavam, tem um peso histórico análogo ao do Facebook no tocante a promover conversas, com a substancial diferença de que no IRC você conhecia pessoas novas, enquanto no FEICEBUK apenas se conversa com as que já conhece.

Naquela época não existia orkut (só nasceu em 2004), logo não havia lembretes em redes sociais de que o aniversário de alguém estava se aproximando.

Foi no meu aniversário  em 2002, que um desses amigos da internet me mandou a tal musica. Chama-se "Grande Homem".

Não sei se ele sabia que era meu aniversário. Provavelmente não, visto que ate hoje escondo a data de nascimento nas redes sociais que participo. Um completo estranho na "vida real"te enviar uma canção com essa letra no dia de seu aniversário... Poxa!

Essa é uma das musicas que fazem parte da trilha sonora da minha vida.

Segue vídeo com letra inclusa e cenas do filme.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Manual do Xavequeiro



Manual do Xavequeiro (Ismael de Araújo e Fabiano Rampazzo) foi um livro que Paulo (Fonsêca, não o Victor), um rapaz versado na ARTE DA SEDUÇÃO, me indicou. Disse que era ótimo e que ia MUDAR A MINHA VIDA.

HAHAHAHAHAHAHA.

Mas, ei, o livro é engraçado e dá boas dicas até. Meu preconceito se dissipou rapidamente. Foi feito por homens e é voltado para eles, porem muitas das situações sugeridas pelas dicas servem também para mulheres (sim, mulheres paqueram!).


O manual dá dicas de como paquerar nos, que considero, LOCAIS MAIS ABSURDOS DO MUNDO. Digo porque isso nunca vou pensar em dar em cima de alguém num avião (não viajo), academia (não frequento e nem quero) e locadora (nem deve existir mais isso)!
O livro divide as formas de CHEGAR JUNTO nas garotas em quatro partes: mulheres que você não conhece, que conhece pouco, que conhece bem e que conhece MUITO bem. O que é bastante didático, afinal algumas coisas só funcionam com a intimidade, enquanto outras não.


Cada forma de se aproximar de uma mulher possui três quesitos: interpretação, risco e ousadia. INTERPRETAÇÃO é a forma de agir, o grau de desenvoltura exigido para realizar o xaveco; O RISCO é mais relativo ao quanto você conhece uma pessoa e as possibilidades de revê-la; a OUSADIA, como o nome diz, é a cara-de-pau. a falta de óleo de peroba em sua face.

Além disso, há uns capítulos especiais que fala sobre o preço do orgulho, machismo, até que ponto uma mentira pode ser levada adiante e como um elogio se torna efetivo. Curtos textos, porem reflexivos, já que nesses livros o que se costuma mostrar é só o "como fazer", sem refletir sobre as consequências das suas ações.

(Particularmente já marquei a página do xaveco na livraria, na rua, no shopping, supermercado e transito que são os locais que mais frequento).

Mesmo não gostando desse tipo de literatura, até que o livro é divertido. Infelizmente não acho que terei PRESENÇA DE ESPÍRITO para lembrar de alguns desses xavecos na vida real.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

COSERN



Natal, calor
Ofereço uma bebida gelada
E um ventilador

Meu amigo se agrada
Expressão de satisfação
Eis então que a energia desaba
Deixando a gente na mão

Parece que o vento parou
E o fogo do churrasco só faz piorar
Essa situação que nos faz chorar

O clima começa a esquentar
Mas não é isso que você está pensando
É apenas o suor falando

Ainda mais pessoas chegam
Para a confraternização
Mas nada pode dar certo
Naquele calorão

O gelo derreteu
A cerveja esquentou
O calor não cedeu
A musica cessou

O que tinha tudo pra dar certo
Agora se tornou lamento
Onde estava a alegria
Em meio a este tormento?

De repente o clima mudou
E uma brisa fresca surgiu
Uma esperança raiou
A energia voltou!

O ventilador estava ligado
Bem como o ar condicionado
As bebidas estavam bebíveis
E os comes, comestíveis

A musica tocava bem alto
Ensurdecendo os vizinhos
Mas isso é outro caso
Para essa historia do arraso

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Níquel Metal Hidreto


Acerte data e hora
Não esqueça mês e ano
Ordem cronológica
Não cometa um engano

Verifique a bateria
É muito importante
Não perca o momento
Nem por um instante

Visão macro
Meus olhos não percebem
A grandeza microscópica
Que só um zoom oferece

O estojo é pra guardar
E o flash iluminar
Mas mais importante que tudo
Não esqueça o conteúdo

Meça bem o foco
Seja prevenido
Ajuste seu tripé
Cuidado com os ruídos

Temporizador
O ajuste necessário
Com ele você não precisa
De ninguém ao seu lado

Para se posicionar
Dez segundos são o bastante
Dá para fazer pose
E dançar por um instante

Se for profissional
Não engane o freguês
Cobre o preço certo
E conte um-dois-três

A revelação é importante
Para guardar nos álbuns
Os momentos mais marcantes

Ha quem considere
Publicar na internet
Quantos mais laiques tiverem
Mais o ego entrete

A bateria descarregou
E a diversão terminou
Lembre-se de ter cuidado
E manter em local fresco e arejado

sábado, 9 de fevereiro de 2013

O Nevoeiro (The Mist)

Suspense, suspense, suspense! Um final surpreendente!
Criaturas bizarras! Munições suficiente!
Alguém para se odiar! Muitos sustos pra tomar!
Cuidado, cuidado. Pro Nevoeiro não te pegar!
Esse filme eu recomendo. Você vai adorar.

Quando comecei a ver The Mist, achei que era um spin-off de The Walking Dead. Três atores da série no filme: Andrea, Dale e Carol! Mas tem explicação: Frank Darabont, o diretor de The Mist, colaborou na primeira temporada da série, além de dirigir o piloto. Ah, tá!


Mas calma, calma! Deixe eu te falar um pouco sobre a história. Numa cidadezinha genérica dos Estados Unidos acontece uma tempestade violenta. Olha a imagem acima. Muita coisa é destruída, né? Os moradores, com receio de que uma outra pior possa acontecer, se deslocam para o supermercado mais próximo a fim de comprar alimentos e provisões.

O bicho começa a pegar quando um nevoeiro ENORME vem em direção a cidade. Quer dizer, seria normal, mas quando a população começa a ver o exercito fugindo A RODO da instalação militar que havia na cidade... bem, o nevoeiro começa a se tornar algo preocupante.


Sabe a impressão que tive sobre The Walking Dead? Ela começou a passar depois disso. Ora, aquele lugar só podia ser uma FILIAL de Silent Hill! Aquele nevoeiro não era a toa. Pior: criaturas estranhas começaram a surgir. Cada monstro bizarro! Eram geneticamente modificados? Criados a partir de magia negra? Ou apenas coisas inexplicáveis que simplesmente ESTAVAM lá? Mistério misterioso!

Se você já esteve dentro de um nevoeiro, deve saber que não dá para ver NADA. Fica relativamente impossível dirigir, caminha-se aos tropeções. Melhor é ficar quieto no seu canto, né? Foi isso que os indivíduos da cidade fizeram. Já estavam no supermercado, havia comida em abundância, por que sair e voltar pra casa nessas condições? Ainda mais com criaturas a ESPREITA.


O filme então desenvolve-se no ambiente do supermercado, isolado do mundo exterior. O que fazer então? Afinal, se correr o bicho pega, se ficar o bicho vai comer. Como combater as pragas? Como fugir da cidade? Tem espaço pra todo mundo?


O desenrolar do longa foi bom demais. Dezenas de pequenos sustinhos seguidos de ação. Era aquele clima tenso de Silent Hill com as munições intermináveis de Resident Evil. Susto, correria, tiros, silencio, susto, correria, tiros, silencio...

Falei dos três atores de The Walking Dead, mas quem roubou a cena o filme inteiro foi a CRENTE. Creditava os monstros a uma ira divina e conseguiu convencer algumas pessoas que era isso mesmo. E que alguém deveria servir de SACRIFÍCIO para apaziguar essa raiva. A atriz fez o papel tão bem, mais tão bem, que era inevitável não odiá-la.


Já nos créditos de encerramento aparece escrito na tela "baseado em obra de Stephen King". EU NÃO SABIA DISSO! Agora faz todo sentido o final ter sido DAQUELE jeito: Surpreendente, chocante e ótimo. Nunca li nada do autor, mas acho que devo rever meus conceitos, devo estar perdendo alguma coisa.

Em suma: filme ótimo, trilha sonora digna, sustos, ação, alguém para se odiar e um final inesperado. Está na minha lista dos melhores filmes. Recomendo!

A seguir, a música que toca nos créditos finais:

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Preconceito linguístico - O que é, como se faz

É que os preconceitos, como bem sabemos, se impregnam de tal maneira na mentalidade das pessoas que as atitudes preconceituosas se tornam parte integrante do nosso próprio modo de ser e de estar no mundo. É necessário um trabalho lento, continuo e profundo de conscientização para que se comece a desmascarar os mecanismos perversos que compõem a mitologia do preconceito.
Neste livro do LINGUISTA Marcos Bagno, o autor nos traz diversos exemplos de mitos repetidos a exaustão sobre a língua portuguesa, tais como: português é difícil, que serve como veiculo de ascensão social, que existe uma forma melhor de se falar e escrever (deixando implícito que há outra pior), etc.


Esses mitos listados pelo autor são a forma encontrada para que o mesmo possa refletir acerca da verdadeira problemática: o preconceito linguístico.

A linguá é um instrumento politico e é usada para excluir e reprimir aqueles que não possuem acesso a NORMA-PADRÃO (que o autor recusa-se a chamar de "norma culta"), ou seja, o modelo IDEALIZADO de língua "certa".  Essa norma-padrão não faz parte da língua.

Os mitos esclarecidos no livro: 
Mito nº1: "O português do Brasil apresenta uma unidade surpreendente";
Mito nº2: "Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português";
Mito nº3: "Português é muito difícil";
Mito nº4: "As pessoas sem instrução falam tudo errado";
Mito nº5: "O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão";
Mito nº6: "O certo é falar assim porque se escreve assim";
Mito nº7: "É preciso saber gramática para falar e escrever bem";
Mito nº8: "O domínio da norma-padrão é um instrumento de ascensão social".

Bagno chama de "Variedades PRESTIGIADAS" aquelas linguagens faladas/escritas pelos cidadãos com acesso a educação. "Variedades ESTIGMATIZADAS" é o nome que o mesmo dá as formas de se comunicar que são vitimas de escarnio e desprezo. 

A língua é quem dita a gramática e não o contrario, afinal o aprendizado da língua falada sempre precede o aprendizado da língua escrita (quando ocorre). A língua é atividade linguística real dos falantes em suas interações sociais.

Os próximos parágrafos envolvem um questionário imaginário criado por mim e respondidos com excertos do texto original.

- É verdade que todo mundo que nasce no Brasil sabe falar português?
Todo falante nativo de uma língua sabe essa língua. Saber uma língua, na concepção científica da linguística moderna, significa conhecer intuitivamente e empregar com facilidade e naturalidade as regras básicas de funcionamento dela. (...) Está provado e comprovado que uma criança de 5-6 anos de idade já domina perfeitamente as regras gramaticais de sua língua! Ela tem todos os recursos necessários para se exprimir, para narrar fatos ocorridos no passado, para fazer projeções no futuro, para demonstrar afetividade, para situar o seu discurso nos eventos de interação. O que ela não conhece são sutilezas, sofisticações e irregularidades no uso dessas regras, coisas que só a leitura e o estudo podem lhe dar. Mas nenhuma criança brasileira dessa idade vai dizer, por exemplo: "Uma meninos chegou aqui amanhã". Um estrangeiro, porém, que esteja começando a aprender português, poderá se confundir e falar assim. Por isso aquela piadinha que muita gente solta quando vê uma criancinha estrangeira falando - "Tão pequeno e já fala tão bem inglês [ou outra língua]" - tem seu fundo de verdade: muito pouca gente conseguirá falar uma língua estrangeira com tanta desenvoltura quanto uma criança de seis anos que tem nela sua língua materna! Por quê? Porque toda e qualquer língua é "fácil" para quem nasceu e cresceu rodeado por ela! Se existisse língua "difícil", ninguém no mundo falaria húngaro, chinês ou guarani, e no entanto essas línguas são faladas por milhões de pessoas (bilhões, no caso do chinês), inclusive criancinhas analfabetas! 

- Qual deve ser objetivo da escola ao ensinar português para os alunos?
A grande tarefa da educação linguística contemporânea é permitir, incentivar e desenvolver o  letramento  dos alunos, isto é, a plena inserção desses sujeitos na cultura letrada em que eles vivem. Este é um dever da escola e um direito de todo cidadão. E para que isso aconteça, para que as pessoas possam ler e escrever bem, elas têm que ler e escrever, ler e escrever, ler e escrever, reler e reescrever, re-reler e re-reescrever... Todas as milhares de horas-aulas jogadas fora todo ano com a decoreba inútil e enfadonha da nomenclatura gramatical e com os exercícios de análise morfológica/sintática têm de ser integralmente dedicadas à tarefa de letramento dos nossos estudantes.
- Por que você prefere usar o termo "norma-padrão" ao invés de "norma culta"?
Não é culta, mas sim cultuada: não a forma culta como ela é, mas a norma culta como deveria ser.
- Você fala muito em ler e escrever, ler e escrever, ler e escrever. Porem sabemos a gramática é cobrada nos concursos, provas de vestibular...
Quando digo coisas assim em público, algumas pessoas levantam a objeção de que o ensino da nomenclatura tradicional, das definições, das classificações, da análise sintática é necessário porque são essas coisas que serão cobradas ao aluno no momento de fazer um concurso ou de prestar o vestibular. Se é assim, cabe a nós, professores, pressionar pelos meios de que dispomos - associações profissionais, sindicatos, cartas à imprensa - para que as provas de concursos sejam elaboradas de outra maneira, trocando as velhas concepções de língua por novas. Não temos de nos conformar passivamente com uma situação absurda e prosseguir na reprodução dos velhos vícios gramatiqueiros simplesmente porque haverá uma cobrança futura ao aluno.

- Quer dizer que não existem "erros de português"?
No início do século XX o "certo" era escrever: EM NICHTEROY ELLE POUDE ESTUDAR SCIENCIAS NATURAES, CHIMICA E PHYSICA. Se hoje o "certo" é escrever: EM NITERÓI ELE PÔDE ESTUDAR CIÊNCIAS NATURAIS, QUÍMICA E FÍSICA, isso não altera a sintaxe nem a semântica do enunciado: o que mudou foi só a ortografia.
Tá, então não existem erros de português, mas sim erros de ortografia. Sendo assim posso falar e escrever qualquer coisa que não estarei errado?

Usar a língua, tanto na modalidade oral como na escrita, é encontrar o ponto de equilíbrio entre dois eixos: o da adequabilidade e o da aceitabilidade (...) Quando falamos (ou escrevemos), tendemos a nos adequar à situação de uso da língua em que nos encontramos: se é uma situação formal, tentaremos usar uma linguagem formal; se é uma situação descontraída, uma linguagem descontraída, e assim por diante. Essa nossa tentativa de adequação se baseia naquilo que consideramos ser o grau de aceitabilidade do que estamos dizendo por parte de nosso interlocutor ou interlocutores. (...) Não se trata simplesmente, como deve ficar bem claro, de "aceitar" a variedade linguística estigmatizada falada pelos alunos e ficar só nisso - essa é uma acusação ridícula dirigida aos linguistas por aqueles que não conseguem ou não querem ler com a devida atenção as coisas que nós escrevemos. A função da escola é, em todo e qualquer campo de conhecimento, levar a pessoa a conhecer e dominar coisas que ela não sabe e, no caso especifico da língua, conhecer e dominar, antes de mais nada, a leitura e a escrita e, junto com elas, outras formas de falar e de escrever, outras variedades de língua, outros registros.


- Quais os erros mais comuns de pessoas que não tem acesso adequado ao estudo?
Uma pessoa com poucos anos de escolarização, pouco habituada à prática da leitura e da escrita, tendo como quadro de referência apenas uma suposta equivalência unívoca entre som e letra, fará uma análise dotada de reduzido instrumental teórico, empregando como ferramenta básica a analogia. Assim, quem escreveu CHÍCARA em vez de XÍCARA não fez isso porque quis errar, mas sim porque quis acertar. Se existe CHINELO, CHICOTE, CHIQUEIRO, CHICLETE, por analogia se chega à possibilidade de também haver CHÍCARA. É importante notar que os “erros” de ortografia são constantes: troca de J por G, de S por Z, de CH por X e assim por diante — justamente por serem casos em que é necessário fazer uma análise da relação fala-escrita que ultrapassa os limites teóricos da suposta equivalência som-letra. Dificilmente alguém vai tentar escrever XÍCARA usando um J, um G, um S no lugar do X oficial, porque faltam dados de experiência para uma analogia razoável. Por outro lado, uma pessoa que tenha frequentado a escola por muitos anos, que leia e escreva assiduamente, que se tenha familiarizado com o uso do dicionário, que tenha sido despertada para a existência das regularidades e irregularidades da língua escrita, saberá que a simples analogia não será suficiente como guia no momento de escrever — outros quadros de referência terão de ser acessados: a cultura erudita, a etimologia das palavras, as reformas ortográficas, os critérios de normativização da ortografia etc

Ok. Outra pergunta: por que você diz que a "finalidade da linguagem é a comunicação é um mito"?
"Existe um mito ingênuo de que a linguagem humana tem a finalidade de "comunicar", de "transmitir idéias" - mito que as modernas correntes linguísticas vêm tratando de demolir, provando que a linguagem é muitas vezes um poderoso instrumento de ocultação da verdade, de manipulação do outro, de controle, de intimidação, de opressão, de emudecimento. Ao lado dele, também existe o mito de que a escrita tem o objetivo de "difundir idéias". No entanto, uma simples investigação histórica mostra que, em muitos casos, a escrita funcionou, e ainda funciona, com a finalidade oposta: ocultar o saber, reservá-lo a uns poucos para garantir o poder àqueles que a ela têm acesso.


O livro possui muito mais ideias interessantes sobre o papel da língua e da linguagem no meio social. Contudo não posso deixar de dizer que o autor também dá umas escorregadas ou mesmo chega a se contradizer em certos pontos (o que não invalida suas ideias).

Por exemplo:
Não é a "língua" que tem armadilhas, mas sim a gramática normativa tradicional, que as inventa precisamente para justificar sua existência e para nos convencer de que ela é indispensável.
A gramática tem "armadilhas"? Muito provavelmente, mas isso não a torna dispensável (e o autor não a dispensa, apenas posterga seu ensino para o ensino médio).
A língua materna não é um saber desse tipo: ela é adquirida pela criança desde o útero, é absorvida junto com o leite materno. 
Piada, né? Muito bonitinho e poético, mas falso. Parece até que o autor nunca viu nenhum caso de crianças selvagens. Onde está essa "língua absorvida junto com o leite materno"? Recomendo assistirem ao filme "O Enigma de Kaspar Hauser", que trata de uma dessas crianças.


A edição que possua é 54ª, de Agosto de 2011. Aparentemente o Marcos Bagno foi atualizando seu livro com novas ideias, reformulando passagens, acrescentando e modificando coisas. Digo isso porque me deparei com várias edições de seus livros na internet e em alguns eu não encontrava a passagem que queria expor aqui no blog (e tive que transcrever diretamente do livro ao invés de apenas dar CTRL+C e CTRL+V). Este link aponta para a edição mais atualizada que encontrei na internet (a 49ª).


Vale a pena ler. Eu, que era um GRAMMAR NAZI (vejam o link, vale a pena), corrigindo tudo que via de errado na internet, diminui muito minha perseguição.